Com certo atraso e sem fazer "mea culpa", a Volkswagen anunciou nesta semana um recall para as 17.057 unidades da picape média Amarok envolvidas no caso Dieselgate. Foi verificado pelo Ibama que os modelos produzidos entre 2011 e 2012 estão equipados com o dispositivo que frauda testes de emissões ao perceber que a caminhonete está sendo submetida a medições de gases. A fabricante alega que o software não está habilitado nas unidades que circulam no Brasil, mas o recall foi exigido pelo órgão de proteção ambiental.
Veja a relação (não sequencial) dos chassis envolvidos:
VW Amarok 2011 — BA000257 até BA000338
VW Amarok 2011 — B8000200 até B8082605
VW Amarok 2012 — CA001950 a CA026145
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No fim de março, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) anunciou ter comprovado a presença do software que altera o volume de emissões do motor 2.0 diesel em testes laboratoriais na picape média Amarok. Segundo o órgão, a linha 2011/2012 da caminhonete está equipada no Brasil com o sistema que frauda os testes de emissões de poluentes, e tem de passar por recall. A Volkswagen também será multada em R$ 50 milhões, valor máximo previsto pela Lei 9.605/1998, para multas ambientais.
Ainda de acordo com o órgão, pela fraude e pelo tempo de uso dos automóveis, cerca de 100 toneladas de óxidos de nitrogênio (NOx) foram liberadas, ilegalmente, na atmosfera. No comunicado do recall, a Volkswagen tenta minimizar e informa que o "software não altera os níveis de emissões das picapes Amarok comercializadas no mercado brasileiro", e que sua "função de detectar as condições de testes em laboratório" é uma "não conformidade com a obrigação legal" — e só por isso fará o recall.
A filial brasileira da montadora tentou — na justiça — reverter a decisão do Ibama, mas o órgão confirmou a multa e derrubou o recurso após certificar a fraude em testes realizados junto com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os resultados apontaram que a Amarok estava com o software fraudulento ativo. Foi verificado que o dispositivo reduzia em 0,26 g/km, em média, a emissão de poluentes nos ensaios de laboratório, enquanto, no uso real, a picape libera quantidade maior de gases.
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