O município de Brasileia, no Acre, decretou nesta segunda-feira (23) calamidade pública por causa das chuvas que atingiram o estado no fim de semana e fizeram o Rio Acre transbordar em diversos localidades. Segundo o governo do Acre, mais de 580 famílias estão desalojadas ou desabrigadas, atingindo cerca de 1.800 pessoas.
O capitão do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão Sousa, declarou que essa é a pior cheia registrada na cidade.
— Nós estamos em uma situação bem crítica. O nível dos rios está se elevando e já temos diversas famílias desabrigadas. Não temos previsões otimistas. Desde sexta-feira passada, os rios têm aumentado a cada dia. Na última medição, em Brasiléia, o rio atingiu a marca de 14,78 metros, superando a marca de 2012. Praticamente a cidade inteira foi atingida e ainda há previsão de chuvas para os próximos dias.
Cerca de 400 homens do Exército, Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil trabalham no apoio às famílias desabrigadas.
Famílias temem ficar isoladas por conta da cheia do rio Acre
Após cheia do rio Madeira, rodovia que ficou submersa está em péssimas condições
Segundo o governo, há possibilidade de interrupção de energia elétrica para a região e, por isso, existe um planejamento para transferir os pacientes do hospital da cidade para a Unidade de
Pronto-Atendimento de Rio Branco.
A situação também é crítica em outras regiões do Acre. Na capital, Rio Branco, nove bairros foram atingidos, 31 famílias estão desabrigadas e mais 60 devem ser levadas para abrigos públicos nas próximas horas. Na cidade, o rio atingiu a marca de 14,66 metros.
Em Assis Brasil, cidade acriana na fronteira com o Peru, a cheia do Rio Acre atingiu pelo menos 140 casas, mas a situação já foi controlada, segundo os bombeiros. Em Xapuri, a 175 km da capital, o rio ultrapassou a cota de transbordamento e atingiu 15 metros. Pelo menos 60 famílias tiveram que deixar suas casas.