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Após morte de motorista, rodoviários fazem paralisação em Fortaleza

Profissionais prometem paralisação em todo o Estado se violência continuar

Cidades|Da Agência Brasil

Cinco dias depois de os rodoviários de Fortaleza (CE) interromperem a circulação de cerca de 70% dos ônibus da cidade para cobrar mais segurança, trabalhadores de uma única companhia de ônibus voltaram a cruzar os braços pelo mesmo motivo nesta segunda-feira (2).

Os funcionários da empresa de transporte Vega paralisaram suas atividades depois que um motorista da companhia foi alvo de uma tentativa de assalto.

Segundo o presidente do Sinttro (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará), Domingos Gomes Neto, o crime ocorreu em um dos ônibus da linha Beira Rio, na tarde de domingo (1º). De acordo com o sindicalista, o assaltante ficou frustrado com a pequena quantia que o motorista, que acumula a função de cobrador, carregava.

— O marginal achou que R$ 25 era pouco e tentou esfaquear o motorista. Por sorte, o golpe atingiu o assento e o criminoso fugiu em seguida.

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Neto lembrou que, na semana passada, três trabalhadores foram vítimas da violência em menos de 24 horas, o que motivou a paralisação deflagrada na última quinta-feira (29).

O motorista Francisco Erivaldo foi esfaqueado durante um assalto na noite de quarta-feira (28) e morreu no dia seguinte. Um adolescente de 13 anos foi apreendido e assumiu a autoria do homicídio. Durante o assalto, o cobrador Francisco Carneiro também foi esfaqueado. Uma terceira vítima, também motorista, já havia sido esfaqueada na noite da última terça-feira (27), durante uma tentativa de assalto.

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O presidente do Sinttro disse que a categoria não descarta fazer novas paralisações e até mesmo uma greve geral caso medidas efetivas para garantir a segurança dos rodoviários não sejam adotadas. Ele lembrou o fato de que Fortaleza está entre as capitais mais violentas do país.

— Do jeito que está, não podemos garantir que não haja uma nova paralisação. Se ocorrerem novos casos, poderá haver inclusive uma greve geral. Temos chamado a atenção do poder público, mas achamos que os empresários também têm que cobrar mais segurança dos governantes. A CLT é clara. Os patrões têm que garantir as condições de trabalho para seus empregados. Precisam, portanto, ser mais ousados e cobrar medidas do poder público.

Procurada, a empresa Vega informou não ter um representante que comentasse o assunto. Até a publicação desta matéria, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará também ainda não havia se manifestado.

O presidente do Sinttro garantiu que as paralisações e a ameaça de greve não têm relação com o fato de os rodoviários estarem em meio às negociações da Convenção Coletiva de Trabalho. Segundo Neto, a falta de avanço nas negociações contribui para ampliar a insatisfação dos trabalhadores, mas as duas paralisações já registradas foram motivadas exclusivamente pela falta de segurança.

Os rodoviários reivindicam aumento salarial de 18%; cesta básica de R$ 120; vale-alimentação no valor unitário de R$ 12. O Sindiônibus, patronal, por sua vez, oferece 5,8% de aumento

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