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Artistas usam grafite para colorir muros de Porto Alegre durante Fórum Social Temático

Grupo escolheu comunidade carente para fazer arte

Cidades|Da Agência Brasil

Artistas escolheram comunidade carente de Porto Alegre para levar arte aos muros da região
Artistas escolheram comunidade carente de Porto Alegre para levar arte aos muros da região Artistas escolheram comunidade carente de Porto Alegre para levar arte aos muros da região

Grafiteiros gaúchos e de outros estados estão aproveitando o Fórum Social Temático (FST) para deixar mais bonitos cantos desprivilegiados de Porto Alegre. O grupo está reunido desde hoje, sábado (26) na Vila Papeleiros, comunidade pobre que reúne em sua maioria catadores de papel, para criar sua arte em muros e casas.

A ideia foi encabeçada pelo grafiteiro Lucas Anão, conhecido na cena gaúcha e que faz parte do coletivo de artistas Urbanóides. Anão conseguiu verba do orçamento do fórum para garantir as tintas importadas que serão utilizadas nos murais e utilizou as redes sociais para convocar outros grafiteiros. Hoje, cerca de 50 artistas, sete deles de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, foram à Vila Papeleiros trabalhar nas casas e muros da comunidade.

— Nós trouxemos para cá porque é um lugar que não teria acesso a uma tinta boa, que vai durar nos muros, nem a artistas desse nível.

De acordo com Anão, os grafiteiros convivem quase em um "socialismo" porque dividem da comida à tinta, o que tem tudo a ver com a proposta do Fórum Social Temático. Segundo o grafiteiro, a arte é uma troca com a comunidade.

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— Se tem uma missão é essa: embelezar os muros. O morador cede o muro e passa um dia convivendo com aquela arte. É mais do que material, é uma troca de energia.

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As necessidades de comunidades de periferia estão sempre entre as preocupações dos grafiteiros ao escolherem o local para mostrar sua arte. Participando do grupo de que atua hoje na Vila Papeleiros, o grafiteiro Tru disse que existe uma busca pela atenção principalmente das crianças.

— A periferia é sempre um local bom de fazer grafite, é um local que a pessoa tem dificuldade de ter acesso à cultura. Aqui a garotada vê e já quer saber como entrar para o movimento. É um forma de chegar na gurizada.

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Foi assim que o adolescente Tomas Souza, de 15 anos, foi conquistado pelos painéis e muros coloridos. Morador da vila, o rapaz ajudou os colegas a pintar os muros e diz que fez uma opção pelo grafite.

— Chama a atenção a cor, a ajuda a não ir para a pixação... E todo mundo aceita melhor o grafite.

Para ele, a arte nos muros é uma forma de se expressar sem quebrar regras.

— Ajuda a expressar o que está sentindo, o que a gente sabe e até o que não sabe. Quando tenho tempo vago pego o spray e pinto.

Os artistas devem terminar os muros da Vila Papeleiros até domingo (27). Na próxima segunda-feira (28) eles seguem para o Presídio de Osório (RS), onde também se reunirão para colorir a paisagem da penitenciária. Antes do fim do fórum, que acaba na próxima quinta-feira (31), eles ainda vão pintar o Túnel da Conceição, em Porto Alegre.

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