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Atlas da Violência: 123 cidades concentram 50% dos homicídios

Entre os dez municípios brasileiros com maior taxa de homicídios por mil habitantes, cinco estão na Bahia e duas estão no Rio de Janeiro

Cidades|Fabíola Perez, do R7

Chacina com três mortos no ABC Paulista entra para a conta das mortes violentas
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O estudo “Atlas da Violência 2018: políticas públicas e retratos dos municípios brasileiros, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública” divulgado nesta sexta-feira (15) revelou que 2,2% municípios concentram 50% das mortes mais violentas do país.

De acordo com o estudo, são 123 cidades que contabilizam 31 mil mortes violentas em 2016. Em todo o País, foram registradas 62.517 mil homicídios, segundo o primeiro relatório publicado pelo Ipea e pelo FBS, no dia 5 de junho.

O relatório traz dados referentes às taxas de homicídio por homicídios. Entre as dez cidades com maior índice de violência letal, cinco estão na Bahia. São elas: Eunápolis (124,3 mortes para cada 100 mil habitantes), Simões Filho (107,7), Porto Seguro (101,7), Lauro de Freitas (99,2) e Camaçari (91,8).

Duas estão no estado do Rio de Janeiro, Queimados, o município com maior número de mortes violentas por habitantes (134,9) e Japeri (95,5). As outras duas são Maracanaú, no Ceará (95) e Almirante Tamandaré (88,5). Os pesquisadores explicam que é possível observar a prevalência da violência letal em municípios localizados, sobretudo, nas regiões Norte e Nordeste do País.

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Nesses 123 municípios mais violentos, os dados apontaram que metade dos homicídios aconteciam em, no máximo, 10% dos bairros. “Nos bairros com maiores prevalências de vitimização letal, a incidência de crime não ocorre de modo homogêneo, mas em algumas comunidades pertencentes a essas localidades”, afirma o documento.

Em comparação com 2015, o estudo detectou um aumento no número de cidades que respondem por metade das mortes violentas. Naquele ano, foram 109 municípios contra as 123 atuais. “Isso, certamente, é parte de um processo em curso, desde meados dos anos 2000, quando tem-se observado um espraiamento do crime para cidades menores.”

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O estudo afirma ainda que com planejamento e políticas focalizadas territorialmente é possível mudar a realidade dessas comunidades e bairros, com grande impacto nas condições de segurança pública das cidades e mesmo do país.

A pesquisa aponta que há no País um problema central: a política criminal e de saneamento do sistema de execução penal, que, fora do controle do Estado, termina arregimentando um exército de mão de obra barata para o crime organizado e desorganizado. Nos últimos dez anos, de dentro das prisões foram criadas dezenas de facções criminosas pelo país afora, sobretudo no Norte, no Nordeste e no Sul do país.

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