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Chuvas de fevereiro ficam 50% abaixo da média no Ceará

Probabilidade de 70% de chuvas no Estado abaixo da média histórica de março a maio

Cidades|Agência Brasil

Precipitações de fevereiro ficaram em 58,6 milímetros
Precipitações de fevereiro ficaram em 58,6 milímetros Precipitações de fevereiro ficaram em 58,6 milímetros

A quadra de inverno no Ceará – que tradicionalmente vai de fevereiro a maio, quando são esperadas chuvas mais intensas no estado – começou com pouca chuva. Segundo dados preliminares da Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará), as precipitações de fevereiro ficaram em 58,6 milímetros (mm), ou 50,7% da média histórica, que é 118,6 mm.

De acordo com o meteorologista Raul Fritz, esse dado se deve à redução das atividades dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis, que trouxeram chuvas abundantes em janeiro, e à pouca atuação da Zona de Convergência Intertropical, principal sistema da quadra chuvosa.

“Esses vórtices continuaram em fevereiro, trazendo chuvas nos primeiros cinco dias do mês", disse Fritz. "Depois disso, porém, eles [vórtices] não estiveram tão intensos nem tão bem posicionados. Durante curto período, a Zona de Convergência Intertropical facilitou chuvas no Ceará no mês, mas por pouco tempo. Ela ainda não alcançou um estado que traga precipitações mais significativas”, acrescentou.

Outro fator importante para a estação chuvosa – a temperatura do Oceano Atlântico– também não favorece a ocorrência de boas chuvas no estado. De acordo com o meteorologista, o Oceano Atlântico é o primeiro elemento que conduz a uma atuação regular da Zona de Convergência. "Águas mais aquecidas abaixo da Linha do Equador facilitam a formação de nuvens de chuvas, mas no momento temos águas aquecidas abaixo e acima da Linha do Equador, e é preciso que haja uma diferença de temperaturas para formar nuvens. Deveremos ter chuvas associadas à Zona de Convergência, só que de forma irregular no tempo e também ao longo do território cearense, em março e abril”, ressaltou.

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Fritz explica que a pouca atuação da Zona de Convergência Intertropical se deve ao El Niño, que provoca aquecimento anormal do Oceano Pacífico equatorial. Segundo ele, as águas do oceano estão 2,6°C acima da média. O fenômeno gera alteração nos ventos, que seguem em direção à porção norte da Região Nordeste e impede a formação de nuvens de chuva.

Previsão de seca

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Essas perspectivas guiaram a Funceme no novo prognóstico climático, que aponta probabilidade de 70% de chuvas no Ceará abaixo da média histórica nos demais meses da quadra invernosa: de março a maio. As outras probabilidades são de 25% de chuvas dentro da média e de 5% de chuvas acima da média. Dessa forma, o prognóstico aponta para a possibilidade de o Ceará ter o quinto ano seguido de seca.

A falta de chuvas abundantes nos últimos quatro anos afetou diretamente os recursos hídricos do Ceará. Os 153 açudes monitorados pela Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos) têm hoje só 12,5% da capacidade de água estocada.

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O açude Castanhão, um dos reservatórios que abastece Fortaleza e municípios da região metropolitana, está secando desde meados de 2012, e hoje detém apenas 9,9% de sua capacidade. Por conta disso, a vazão do açude foi reduzida, este ano, de 24 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 15 m³/s.

O impacto dessa redução está na quantidade de água que é liberada do açude para perenização do Rio Jaguaribe. Antes, com vazão de 14,5 m³/s, as águas do Castanhão percorriam cerca de 160 quilômetros e chegavam ao Canal do Trabalhador, que contribuía com média de 2,02 m³/s para a RMF (Região Metropolitana de Fortaleza). Hoje, a vazão está em 5,5 m³/s, que cobre somente 100 quilômetros rio abaixo, e não é suficiente para chegar até o canal.

De acordo com a Cogerh, as localidades que ficam ao longo do trecho que não vai receber essas águas “têm abastecimento assegurado por fontes alternativas que estão sendo estabelecidas por grupo de trabalho interinstitucional”.

As águas do Castanhão para a RMF, que chegam por meio do Eixão das Águas, continua liberando 9,5 m³/s ao longo de 200 quilômetros.

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