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Enquanto número de feminicídios aumenta, denúncias despencam

2020 foi um ano cruel, em muitos sentidos. A Covid-19 devastou famílias com a partida de entes queridos, mudou a rotina do mundo e cerceou ainda mais a liberdade de quem antes mesmo do vírus já vivia em uma espécie de prisão dentro do próprio lar, com um agressor, intitulado marido, amasiado ou namorado. No […] O post Enquanto número de feminicídios aumenta, denúncias despencam apareceu primeiro em Diário Digital.

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2020 foi um ano cruel, em muitos sentidos. A Covid-19 devastou famílias com a partida de entes queridos, mudou a rotina do mundo e cerceou ainda mais a liberdade de quem antes mesmo do vírus já vivia em uma espécie de prisão dentro do próprio lar, com um agressor, intitulado marido, amasiado ou namorado. No último dia do ano, a análise criminal da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), em Campo Grande, mostrou uma queda no número de denúncias contra a violência doméstica e, ao mesmo tempo, o aumento dos casos de feminicídio.

Em 2019, a Deam registrou, até o dia 30 de dezembro, 8.086 boletins de ocorrência. Já neste ano, em comparação ao mesmo período, foram 7.305 denúncias. Infelizmente, os números não revelam que menos mulheres foram vítimas da violência doméstica. Na verdade, elas apenas se mantiveram caladas, não denunciaram.

“Temos observado, mês após mês, uma redução em uma série de crimes contra as mulheres em diversos estados – indicativo de que as mulheres estão encontrando mais dificuldades em denunciar a violência sofrida neste período. Aqui em Mato Grosso do Sul, a questão da denúncia não é diferente dos outros estados brasileiros. Houve uma redução dos números oficiais de registro de boletim de ocorrência, porém a mulher sofre em casa durante o isolamento”, explica Fernanda Felix Mendes, delegada titular da Deam.

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Foram 4.305 medidas protetivas solicitadas até novembro deste ano. Menos 2,8% que em 2019, quando 4.427 mulheres denunciaram seus agressores e pediram ajuda a justiça.

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Enquanto isso, o crime mais grave, o final do ciclo da violência doméstica, aumenta: o feminicídio. Mulheres assassinadas por companheiros ou ex-companheiros , em 90% dos casos. Raramente, trata-se de autores desconhecidos das vítimas.

Na Capital, foram 11 feminicídios, até 30 de dezembro 2020. Mais que o dobro do ano passado.

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“Os crimes mais graves e, principalmente, o feminicídio, vem à galope em 2020, na capital mais que dobraram, isso significa uma maior incidência dos crimes mesmos que não registrados. É sabido que o feminicídio é o final do ciclo da violência doméstica, é um crime evitável, diferente da violência urbana que todos estão sujeitos. Na verdade, a mulher está desprotegida, vulnerável onde ela deveria estar mais segura, dentro de seu lar”, afirma a delegada.

Antes mesmo do ano chegar ao fim, até novembro, 23 mulheres foram assassinadas no estado. Dois casos a mais que em 2019.

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“2020 foi cruel com as mulheres que perderam empregos, ficaram em seus lares cuidando dos filhos, dos afazeres domésticos e muitas vezes sofrendo calada”, finaliza Mendes.

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