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“Fiquei com medo, por ser mulher e estar ali sozinha”, expõe modelo vítima de assédio

O que era para ser um trabalho para Kellyne Siqueira, de 29 anos, terminou em uma descoberta de assédio. A modelo foi filmada ilegalmente pelo fotógrafo Marcial Cabaleiro Júnior, de 47 anos, enquanto tirava fotos para renovar o catálogo da sua antiga agência, a Agência de Modelos Foco MS, na tarde da última terça-feira (7). […] O post “Fiquei com medo, por ser mulher e estar ali sozinha”, expõe modelo vítima de assédio apareceu primeiro em Diário Digital.

Diário Digital|

O que era para ser um trabalho para Kellyne Siqueira, de 29 anos, terminou em uma descoberta de assédio. A modelo foi filmada ilegalmente pelo fotógrafo Marcial Cabaleiro Júnior, de 47 anos, enquanto tirava fotos para renovar o catálogo da sua antiga agência, a Agência de Modelos Foco MS, na tarde da última terça-feira (7). Ela expôs o caso em suas redes sociais e contou detalhes do ocorrido ao Diário Digital.

Kellyne relatou os momentos que antecederam o crime. De acordo com ela, Marcial Cabaleiro não só era conhecido da família, e trabalha com ela há cerca de seis anos, como também é dono da Foco MS. A agência localizada na Rua Rui Barbosa possui espaço separado para as fotos, onde a filmagem ilegal aconteceu. Ele foi o escolhido para fazer a renovação das fotos que a vítima deixaria na agência.

Segundo o relato de Kellyne, foi depois de algumas fotos que ela percebeu a gravação. “Eu primeiro fiz umas quatro ou cinco trocas de roupas, o que foi o bastante, para eu poder, na hora que eu estava ali sozinha dentro do camarim, perceber o notebook em cima da cadeira posicionado. Ele estava tocando música, mas isso é normal durante o ensaio, exceto a luz verde que estava acesa na câmera do notebook, o que indicava que ela estava ligada”, contou.

A modelo estava acompanhada da irmã mais nova, Natalia Siqueira, e de sua filha, de 4 anos, que estavam no escritório. Ela explica que sua primeira reação foi entrar em contato com a assessora e dona da agência de modelos, Gracy Kelly, para relatar o ocorrido. Conforme orientações da profissional, Kellyne seguiu o ensaio sem dar vestígios do que havia visto até a chegada da polícia, minutos depois.

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“Eu não quis acreditar no que eu estava vendo ali. Fiquei com muito medo pela questão de eu ser mulher, estar ali com a minha filhinha, outra mulher e um homem com uma atitude dessa, gravando cenas que eu apareço nua”, afirmou.

A ideia de gravar a situação foi da irmã da modelo em um momento de desespero. “Eu a chamei e disse que queria mostrar uma coisa. Minha filha também entrou no camarim. Eu contei o que estava acontecendo e minha irmã ficou desesperada, com aquela sensação de ‘meu Deus o que vamos fazer?’. Foi aí que ela teve a ideia de começar a gravar”, explica.

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Diário Digital
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Kellyne conta que o fotógrafo só se deu conta do que estava acontecendo quando a polícia chegou. Antes disso, Marcial agia normalmente e não apresentava nervosismo. “Quando os policiais chegaram lá, ele os tratou bem. Eu estava lá dentro no estúdio. Quando os policiais abriram o assunto, ele falou que a gravação era padrão em todos os ensaios da agência porque era questão de segurança, ou seja, que todos os modelos tinham o notebook gravando”, relata.

Indignação

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A modelo ainda se revolta com a primeira versão apresentada. “Ele disse que era por segurança, só que assim, o que as modelos vão fazer contra ele? Uma modelo ali, a minha filhinha pequena. O que nós vamos conseguir fazer contra um homem?”, indagou a modelo consternada .

Ela conta que depois de rebater a versão contada por Marcial, o fotógrafo pediu desculpas e admitiu o erro na frente dos policiais, além de ter autorizado Kellyne a ir apagar o vídeo do computador. “Só que aí mudou o discurso. Ele diz que não passa de um mal-entendido da minha parte porque se tratava de um making of rolando ali pelo notebook”, relembrou

O making of é usado para retratar o que acontece por trás das câmeras em ensaios fotográficos, gravações de discos, novelas, filmes e qualquer outra produção audiovisual. São cenas que mostram detalhes do cenário e ações realizadas. “Nem aparece a parede do estúdio ali, nem onde eu estava fazendo as fotos com os looks. Nada disso aparece, só a bagunça do lugar, eu trocando de roupa, entrando no estúdio, além de a minha irmã e ele transitando. Isso é o que aparece”, ressaltou.

Polícia

O caso foi registrado na Primeira Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande (1ª Deam) como registro não autorizado de intimidade sexual. Durante a entrevista, Kellyne questionou os procedimentos, uma vez que não foram registrados como ‘flagrante’ e nem confiscado o notebook.

Procurada pela reportagem, a delegada plantonista que registrou o caso, Jennifer Estevam de Araújo esclareceu ao DD que o caso não cabe como flagrante. “O crime de registrar imagem pornográfica ou de nudez não cabe prisão, em razão de ser de menor potencial ofensivo, no qual a pena máxima é de detenção de um ano. O flagrado assumiu o compromisso de comparecer perante o juizado especial”, explica.

A delegada afirmou também afirma que o boletim de ocorrência registrado já foi distribuído para um cartório da delegacia. O caso será investigado por outro delegado.

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Coloca em cheque

A modelo também é influenciadora digital e resolveu relatar o caso em suas redes sociais como uma forma de alerta. Em uma série de ‘stories’, ela explica o ocorrido e adverte outras modelos, especialmente pré-adolescentes, adolescentes e mirins, a não ficarem caladas diante de situação de assédio.

Apesar do aviso, Kellyne relata que, desde que contou seu relato na última terça-feira, pessoas duvidaram do acontecido. “Precisei postar o vídeo do camarim com tarja porque tinha muita gente começando a duvidar, porque estavam entrando em contato ali pelo Instagram deles e a resposta da agência é de que era um mal-entendido. Está todo mundo chocado com a gravação”.

Em postagem, ela pede união de outras modelos. “Venho por meio desta pedir que TODAS vocês que tiverem alguma queixa semelhante ao meu caso que se manifestem e se dirijam a CASA DA MULHER BRASILEIRA de Campo Grande- MS e FAÇAM SUA DENÚNCIA. Quem tiver provas do tipo vídeo, print, qualquer coisa concreta APRESENTEM NA CASA DA MULHER BRASILEIRA e mencionem o meu caso!!! Por favor vamos nos unir para que a justiça seja feita!!!”.

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O outro lado

A reportagem do Diário Digital tentou contato com a Agência de Modelos Foco MS e com o fotógrafo Marcial Cabaleiro Junior, porém, até o fechamento desta não houve retorno.

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