Antes mesmo do jogo entre Estados Unidos e Gana começar, às 19h desta segunda-feira (16), duas pessoas já haviam sido detidas durante manifestação em Natal (RN). Convocado por servidores, organizações sindicais e movimentos sociais, o ato criticou os gastos públicos com a Copa do Mundo e a situação de calamidade em que se encontra a cidade.
Ao chegarem ao local acertado com as forças de segurança – a zona de segurança próxima à Arena das Dunas – os organizadores da atividade deram-na por encerrada. Segundo Rosália Fernandes, do Sindicato dos Servidores em Saúde, uma das organizadoras do protesto, o trajeto do protesto foi bem curto.
— Nós fomos até o local que era permitido pela Lei da Fifa. De onde nós estávamos até o local onde poderíamos ir, foram cerca de 2 km.
Parte dos ativistas, contudo, seguiu em frente. Dois foram detidos, segundo o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, general Eliéser Girão Monteiro Filho, porque teriam trancado (interditado) uma rua. Antes da Copa começar, a Justiça potiguar aprovou lei que restringe as manifestações, ao estabelecer, por exemplo, que é proibida a interdição das vias públicas em todo o território da capital, sob pena de multa diária de R$ 200 mil por entidade e R$ 20 mil por participante.
O secretário afirmou ainda que não houve depredação de patrimônio público ou privado, mas que outras pessoas devem ser notificadas nos próximos dias.
— Estávamos no Centro de Comando e Controle, acompanhamos passo a passo o que aconteceu e vai ser feita notificação à Justiça.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública informou que as pessoas continuam detidas, em uma delegacia. Não há previsão de quando serão liberadas.
Os organizadores da manifestação criticam a lei e defendem o direito ao protesto. Para Rosália, o “ato foi vitorioso”. “Mostramos nossa crítica”, disse, destacando que em torno de 300 pessoas participaram do protesto, apesar da falta de ônibus e da ameaça de chuva.