Irmã da vítima tem certeza que houve uma simulação de enforcamento
Arquivo PessoalMesmo com a tese da Polícia Civil de que Rodrigo Alves se matou por enforcamento, Vanderlea tem a própria versão para a morte do irmão: “foram quatro pessoas que o pegaram e espancaram. Então, montaram a cena do crime. Depois que o arrastaram, simularam enforcamento”.
A conclusão veio de investigação conduzia pela própria Vanderlea, agora detetive profissional. E foi por insistência da família que o corpo de Rodrigo foi exumado um ano após a morte. A irmã conta que chegou a reclamar na delegacia do trabalho do primeiro perito.
— Eu fiz uma denúncia para a delegacia reclamando, fui chamada e fiz o meu depoimento. É um absurdo, o perito não fez nada, não relatou nada.
O delegado titular de Embu-Guaçu, Mário Watanabe, relata que no laudo complementar, realizado após a exumação, nenhum vestígio de disparo de arma de fogo foi localizado.
— Localizaram um osso quebrado que é típico quando tem um enforcamento. Ele [perito] diz que o quadro é compatível com enforcamento.
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Sigilo telefônico
Dois anos após o ocorrido, a polícia ainda aguarda um documento para concluir a investigação. Segundo Watanabe, trata-se da quebra de sigilo telefônico de familiares da companheira da vítima na época da morte. Vanderlea aponta alguns parentes como responsáveis pelo crime.
— Nós pedimos a quebra do sigilo telefônico e estamos aguardando a chegada de toda a documentação para checar se, daquele possível local do suicídio, partiram algumas ligações. Só para retirar de vez qualquer dúvida.
A verificação será feita a partir das informações das ERBs (Estações Radio Base), as antenas de telefonia que permitem as chamadas entre os celulares e deles com os telefones fixos.
De acordo com informações do delegado, um dia antes do corpo de Rodrigo ser encontrado, ele teria tentado matar a própria companheira quando ela chegava em casa de carona.
A quebra do sigilo telefônico pode apontar na direção de uma das duas versões ou ser só mais um elemento que não fecha o quebra-cabeça do caso. Mas a espera ainda deve se alongar por meses até que os documentos cheguem às mãos da policia.
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