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"A gente não tem informações precisas do Governo", diz pró-reitor da Ufes sobre bloqueios

Em entrevista ao Folha Vitória, Anilton Salles Garcia disse que a universidade tem feito passado por uma readequação dos custos

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Enquanto algumas universidades federais já anunciaram publicamente que podem fechar as portas ainda em 2019, no Espírito Santo não há essa preocupação, segundo o pró-reitor de Planejamento da Ufes, Anilton Salles Garcia. 

Desde o anúncio do Ministério da Educação (MEC) sobre o bloqueio de verbas, chamado de contingenciamento pela pasta, tem sido feita uma readequação dos custos na Ufes, mas para falar sobre o segundo semestre, ainda é cedo. "É difícil a gente fazer um planejamento disso porque não temos informações precisas do Governo. Saímos de reuniões de dois dias de trabalho em Brasília, com o MEC, sem nenhuma previsão de quando o Governo vai anunciar qualquer coisa com relação a isso. Essa é nossa reclamação. Se eu vou à Brasília e volto sem nenhuma sinalização, como vou fazer planejamento?", questiona o pró-reitor.

Segundo Anilton Garcia, os encontros reúnem todas as universidades federais. "O que é discutido lá é como as universidades justificam cada centavo das despesas que precisam fazer. Eu digo que estou precisando de algo e tenho que ir lá mostrar onde vou aplicar cada centavo do dinheiro que estou pedindo e o que isso impacta na qualidade de ensino. O que passa pela área técnica, vai para a área política", afirmou.

Quando se refere à área política, o pró-reitor de Planejamento da Ufes fala sobre a relação que a universidade tem tido com deputados federais, senadores e o governador Renato Casagrande. "Estamos nos preparando para esse bloqueio, brigando tecnicamente com o Governo Federal e politicamente junto aos deputados federais e o governador do Espírito Santo, para que haja redução do bloqueio. Tudo está sendo registrado formalmente", explicou. 

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Para Anilton Garcia, a medida do MEC se trata de um "bloqueio orçamentário" que dá incerteza total de insegurança administrativa. "Você não sabe até quando vai o bloqueio, e se vão flexibilizar esse bloqueio".

A reportagem entrou em contato com o MEC, mas ainda não obteve retorno. Veja o que explicou o pró-reitor de Planejamento da Ufes, Anilton Garcia.

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Folha Vitória
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Funcionamento

"De um modo geral, a Ufes funcionou o primeiro semestre inteiro mantendo as suas situações em condições minimamente satisfatórias. Óbvio que não são as ideias, mas com a crise que o país está vivendo, fechamos o primeiro semestre e você não ouviu dizer sobre perturbações em relação à qualidade de ensino. Estamos funcionando das 7h às 23h sem nenhuma interrupção. Nosso RU (restaurante universitário) não parou como em outras universidades. Nossa situação tem sido tranquila com relação à área técnica. Estamos fazendo ajustes nas despesas desde 2015. Mostramos ao MEC o enxugamento que estamos fazendo".

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Ajustes

"De ajustes que fizemos para nos readequar a esse bloqueio, fizemos ajuste no contrato de vigilância, fazendo um convênio com a Sesp para uso de policiais militares reformados, o que gerou economia. Estamos utilizando presos em situação final de cumprimento de pena, em parceria com a Sejus, para fazer a limpeza em áreas verdes e externas. Mudamos a metodologia de limpeza das edificações. Áreas com pouco movimento, não preciso limpar todo dia. Fizemos uma readequação na periodicidade na limpeza dos prédios. Estamos implantando um projeto para redução de custo de energia elétrica também. Fizemos alteração na política de viagens de professores, pró-reitores, alunos, enfim. Cada vez que vai para o interior, tem combustível, diária de motorista, etc. Passamos a fazer as viagens para o interior de forma mais planejada. Ao invés do veículo se adaptar ao que a pessoa quer, as pessoas estão passando a se adaptar à agenda dos veículos".

Bolsas

"Estamos trabalhando com planejamento de não haver corte de bolsas que dependem do planejamento da universidade. Não queremos fazer cortes. Agora, existem bolsas que não estão no orçamento, como os cursos de mestrado e doutorado. Quem define se vai haver corte de bolsas nos programas de pós-graduação é o Governo Federal, sobre elas não tenho como te dar uma opinião. Agora, as bolsas que têm responsabilidade da Ufes, nosso objetivo é não ter cortes e estamos formalizando um novo edital de bolsas para o mês de agosto".

Segundo semestre 

"O reinício das aulas iniciarem em agosto (no dia 12) está mantido, não tem problema nenhum. E nós estamos trabalhando duramente para fecharmos o ano de 2019. Numa hipótese mais drástica, é ter descontinuidade de alguma ação lá para o final do ano - como por exemplo aumentar o intervalo de limpeza de áreas externas. Estamos fazendo uma política dura de contenção. Se houver alguma flexibilização, o nível de prejuízo será mais baixo".

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