Foto: TV Vitória
A mãe da jovem Talita Brenda Firmino Ferreira, de 21 anos, continua a procura pelos netos desaparecidos. As crianças, uma de cinco e outra de dois anos, sumiram depois que a mãe foi assassinada com 40 facadas no bairro Rio Marinho, em Vila Velha.
Em entrevista ao Balanço Geral, TV Vitória/Rede Record, Aparecida Firmino conta que a preocupação neste momento é com as crianças, que desapareceram junto com o pai, apontado como principal suspeito do crime.
"Ontem a noite, ele ligou para o meu telefone falando que as crianças estavam na casa da irmã dele, mas não sei se realmente é verdade que essas crianças estão lá porque ela não me ligou e não falou nada comigo. Não sei se realmente as crianças estão lá", contou a mãe da jovem.
A mãe desabafa e revela que o relacionamento da filha com o ex-companheiro era conturbado. "Nas últimas coisas, ele bateu e botou até uma arma na cabeça dela. Os braços dela eram marca de roxo 'purinho'. Você olhava, ela era branca, e as marcas da mão dele estava no corpo dela", diz Aparecida.
A família já tinha acreditado que o suspeito havia se arrependido das agressões da jovem, mas acabou sendo surpreendida com a morte de Talita.
"Ele veio, ligou para meu ex-marido e pediu desculpas pelo que tinha feito com ele. Pediu para ele se ela podia voltar, que ele ia dar os meninos para ela tomar conta porque ele não tinha condições de tomar conta dos meninos, que estavam passando dificuldade na casa dele", explica.
O corpo da jovem foi encontrado em um local deserto e de difícil acesso. Segundo informações da polícia, a jovem foi morta com 40 golpes de faca na frente dos dois filhos. A mãe de Talita não tem dúvidas de que o ex-companheiro da filha premeditou todo o crime. Agora, a família teme pelo que pode acontecer com as crianças.
A mãe de Talita não tem dúvidas de que o ex-companheiro da filha premeditou todo o crime
Foto: TV Vitória
“Eu acredito que ele armou tudo isso, mas ela não foi porque ela quis. Isso aí eu falo para qualquer uma pessoa, vou morrer falando. Ela não foi porque ela quis, ela tinha medo dele. Ela foi parar naquele lugar ali forçada, ela tinha medo dele”, fala a mãe da jovem.
O medo da família é o que pode acontecer com os filhos do casal, um menino de dois anos e uma menina de cinco, que sumiram depois último encontro dos pais.
“Ontem na hora que ele ligou, quando meu marido atendeu, escutou ela pedindo do outro lado para ele trazer ela embora. ‘Me leva para minha avó’. Isso é muito doído, uma criança de cinco anos pedindo pro outro ‘me leva para minha avó, me leva’, sem saber onde essa criança está e sem saber o que pode acontecer com ela”, desabafa.
Abalada, Aparecida relembra os últimos minutos em que esteve com a filha
. “A minha filha estava fazendo janta, ela subiu só para entregar os meninos para ele. Quando cheguei, ela falou assim ‘mãe, quando entregar os meninos e voltar, termino a janta’ porque eu trabalho todos os dias e meu marido termina a janta. Eu esperei e quando a menina chegou falando comigo que tinha escutado os gritos dela, eu voltei pra dentro de casa, peguei meu chinelo e fui atrás. Quando cheguei lá, minha filha estava morta”.
E faz um apelo: “Quero pedir para todas as mães que não deixe acontecer, o que aconteceu com minha filha. Para gente se unir, fazer passeata, ir para a porta da delegacia, cobrar a justiça. Hoje sou eu, mas amanhã quem sabe são vocês. Quando eu via um caso assim, não imagina que poderia ser eu”.
A produção do Balanço Geral entrou em contato com a Polícia Civil para confirmar se o ex-companheiro da vítima é realmente considerado suspeito do crime, mas até o momento não receberam o retorno.