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Destaque de escola de samba do ES mostra que pessoas com Down precisam ocupar todos os espaços

A pequena desfilou como destaque da São Torquato à frente de todas as alas, apresentando a escola que se sagrou campeã e subiu ao grupo especial para o desfile de 2020

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Fantasia vestida, maquiagem feita, últimos detalhes, frio na barriga, movimento, sorriso no rosto, avenida, público, celebração e uma escola de samba campeã. Foi com esse roteiro que Maria Clara Sabadini Girão, de 12 anos, conquistou o Sambão do Povo durante o desfile do grupo de acesso das escolas de samba da Grande Vitória deste ano. A pequena desfilou como destaque da São Torquato à frente de todas as alas, apresentando a escola que se sagrou campeã e subiu ao grupo especial para o desfile de 2020.

Pé quente, Maria Clara convive com a síndrome de down, tem consciência de sua condição, maneja com isso, e avança em uma vida cheia de possibilidades e com autonomia. Sua mãe, Alessandra Sabadini Girão, de 45 anos, professora de educação física, explica que a filha nunca deixou de frequentar espaço algum adequado para a sua faixa etária e que, junto com o pai, Humberto Girão, consultor de vendas, de 50 anos, cria a adolescente para que ela possua a maior autonomia possível com a possibilidade de seguir o caminho que desejar.

“A Maria Clara frequenta todos os espaços possíveis para a idade dela. Nunca deixamos que ela não frequente nada por conta de ser uma menina com síndrome de down. Ela precisa e vai ocupar todos os espaços possíveis”, explicou a mãe, Alessandra.

Maria Clara é destaque quando a assunto é samba, tanto que chamou a atenção da direção da escola de samba de São Torquato durante um ensaio técnico que lhe rendeu o convite para abrir o desfile. A família tem tradição no samba capixaba desde a retomada dos desfiles no Sambão do Povo em 2000. 

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O pai, Humberto Girão, é compositor do samba vencedor da São Torquato deste ano e diretor de bateria da Unidos de Jucutuquara. Nada mais natural do que Maria Clara também estar inserida nesse universo. A sambista de 12 anos já foi homenageada na Mangueira, no Rio de Janeiro, em 2018, e se apresentou no placo da escola, campeã do carnaval carioca em 2019, ao lado de grandes nomes da agremiação.

Educação

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Mas Maria Clara também é craque quando o assunto é escola. Cursando o sétimo ano do ensino fundamental em uma escola comum, ela tira boas notas e frequenta a Apae Vitória desde os seis meses de idade e hoje comparece à Instituição no contraturno das aulas, recebendo atendimento multidisciplinar nas áreas da Saúde, Educação e Assistência Social. Ela é aluna do Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) da Instituição, onde recebe atendimento complementar ao processo de aprendizagem oferecido na classe comum.

O objetivo do CAEE é articular programas pedagógicos e metodologias que estimulem o desenvolvimento das habilidades adaptativas, como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho para que o usuário adquira competências práticas e sociais que garantam a participação na sociedade e a qualidade de vida. Esse trabalho multidisciplinar auxilia as pessoas com deficiência intelectual e múltipla na conquista de maior qualidade de vida e autonomia, oferecendo condições para que elas ocupem os mais diversos lugares e posições na sociedade.

“Ela busca autonomia ao máximo para ter uma vida própria. Mas é importante que ela conviva entre outras crianças com questões parecidas com a dela e se reconheça dentro desse espaço, para buscar lá fora uma vida autônoma, como qualquer outra pessoa”, explicou Alessandra, mãe de Maria Clara.

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