Foto: TV Vitória
A Polícia Civil identificou um cúmplice que teria ajudado na fuga de Michel Lelis, acusado de estuprar e torturar Fabiane Isadora Claudino, de apenas dois anos. A informação foi confirmada pelo delegado Lorenzo Pazolini à reportagem do programa Cidade Alerta - Espírito Santo, da TV Vitória, na noite desta segunda-feira (22).
A forma como os policiais chegaram ao suspeito não foi revelada. Por meio de nota, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) informou que continua realizando oitivas acerca do caso. "Demais detalhes, por enquanto, não serão divulgados, pois podem atrapalhar o trabalho da Polícia", disse a PC.
O crime
Fabiane Isadora Claudino, de dois anos, morreu na última quinta-feira (18) após ser torturada e violentada sexualmente na casa onde morava com a mãe, em Cariacica. O principal suspeito do crime é o padrasto dela, Michael Lelis, de 28 anos.
A família da vítima morava no local há dois anos, mas os vizinhos não os conheciam. Mesmo assim eles disseram que a revolta e indignação não diminuem. “Eu não sei nem o que falar, pois a nossa justiça é muito fraca. Pode hoje prender, mas amanhã ele já está solto pela rua. É o que vai acontecer”, afirmou o aposentado Celso Beninca.
Fabiane Isadora Claudino Foto: TV Vitória
O padrasto da menina foi preso no último sábado (20) e confessou o que fez com a menina. “Ela começou a chorar e não parava e eu acabei fazendo o que fiz. Eu queria pedir perdão a mãe dela, a minha família e assumo a minha culpa”, disse o suspeito.
De acordo com a informações da polícia, tudo começou na última quinta-feira (18). Isadora ficou sozinha com o padrasto em casa. Quando a mãe chegou do trabalho, a noite, chamou a menina pelo nome, como de costume. Ao ver que a criança não respondeu, a mãe já percebeu que algo estava estranho. Viu que ela não estava bem e correu para o Pronto Atendimento do Trevo, em Alto Lage. O detalhe é que o padrasto foi junto, demonstrou preocupação e até então a mãe não desconfiava de nada.
Logo que Isadora deu entrada, a Polícia Militar foi acionada pelos funcionários do PA. Neste momento Michael fugiu, mas a PM já tinha começado o trabalho para capturá-lo e ainda acionou a Polícia Civil.
“Houve suspeita que havia um indício de violência sexual contra a criança, a PM chegou ao local e a partir daí foi feito o levantamento no sentido de tentar localizar esse indivíduo. Nós também fizemos contato com a Polícia Civil para que a gente conseguisse prender”, disse o major Moraes, subcomandante do 7º Batalhão.
Enquanto a polícia procurava pelo padrasto, os médicos constataram que o estado de saúde da menina era gravíssimo. No PA ela teve três paradas cardíacas e precisou ser transferida para o Hospital Infantil de Vitória, e foi submetida a uma cirurgia. Isadora não resistiu e morreu no final da manhã da última sexta-feira (19).
O suspeito foi encontrado dentro de uma caçamba, as margens da BR-262 Foto: Divulgação
O corpo da criança foi levado para o Departamento Médico Legal (DML) e submetido a exames. Segundo a polícia, foi constatada a violência sexual e ainda várias agressões. “Nós não temos dúvida nenhuma mais, o exame comprova, é uma prova técnica e robusta. Infelizmente houve abuso sexual, que além de abusada foi torturada e morta pelo padrasto na noite de quinta-feira. Houve espancamento, inclusive com rompimento de órgãos internos da vítima e a quebra de braço. Essa criança sou submetida a uma verdadeira sessão de tortura. Algo repugnante e inaceitável”, afirmou o delegado Lorenzo Pazolini.
O suspeito foi encontrado dentro de uma caçamba, as margens da BR-262. Para a polícia, isso foi possível por conta de várias denúncias recebidas através do 181. O titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) agora vai concluir o inquérito e encaminha-lo para a Justiça.