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Quadrilha é presa suspeita de aplicar golpes em militares e gerar prejuízo de R$ 10 milhões

De acordo com a polícia, em menos de dois anos, os golpistas movimentaram cerca de R$ 10 milhões

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Uma quadrilha suspeita de aplicar golpes em militares reformados da reserva foi presa em uma operação envolvendo policiais civis do Espírito Santo e de Alagoas. De acordo com a PC, em menos de dois anos, os golpistas movimentaram cerca de R$ 10 milhões. 

Durante os trabalhos, que aconteceram na manhã desta quarta-feira (10), agentes dos dois estados cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão na casa dos sete investigados. 

Os suspeitos moravam em residências de luxo em regiões bem localizadas. Segundo as investigações, eles se passavam por servidores públicos e aplicavam o que ficou conhecido como "Golpe da Capemi (Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios Beneficente)".

"Eles tem um banco de dados importante com mais de 33 mil idosos, geralmente, militares reformados. A Capemi era uma caixa de assistência privada das forças armadas". De acordo com o delegado coordenador da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor) de Alagoas, José Carlos dos Santos, os golpistas entram em contato com as vítimas dizendo: 'Olha você tem Capemi que pagou lá atrás. Ela quebrou, mas você tem um valor milionário para receber pelo que aplicou', explicou.

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Entenda

A caixa de pecúlio dos militares, ou seja, a reserva em dinheiro que eles tinham, foi criada em 1960 e oferecia ao segurado uma aposentadoria complementar. O plano permitia também uma pensão pós morte para os dependentes.

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Em 2008, o plano privado faliu deixando várias pessoas prejudicadas. Segundo o delegado, os golpistas se aproveitaram da situação para enganar as vítimas. As investigações tiveram início após uma denúncia de um casal que mora em Maceió, no Nordeste brasileiro. O casal perdeu mais de R$ 1 milhão.

"Começamos a partir do registro da ocorrência em Alagoas. Um casal de idosos registrou um boletim de ocorrência alegando ter sido vítima de um golpe no valor de R$ 1,3 milhão", afirmou o coordenador da Deccor.

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A quadrilha possuía uma base instalada no Espírito Santo, mas a polícia acredita que a quadrilha tenha atuado em vários Estados brasileiros.

Entre as vítimas prejudicadas pela ação dos suspeitos está um idoso no Rio de Janeiro em tratamento de câncer. Precisando de dinheiro para uma cirurgia, ele acabou acreditando na falsa proposta dos golpistas e perdeu R$ 90 mil com a promessa de que receberia R$ 200 mil. 

"A vítima extremamente ansiosa para receber o dinheiro, alegando que precisaria desse valor em dinheiro para fazer uma operação de câncer. E os criminosos não tinham a menor piedade e estavam cobrando o valor de R$ 90 mil. O idoso, infelizmente, pagou", relatou.

Advogada é presa durante a operação

Durante os cumprimentos dos mandados, uma advogada, de 31 anos, foi presa. A mulher vivia em um apartamento de luxo na orla da Praia de Itaparica. Segundo a polícia, a suspeita não demonstrou surpresa com a prisão. Na residência onde morava, foram encontrados elementos que comprovavam a participação dela no esquema. 

"Ao chegarmos na residência, ela não demonstrou nenhuma surpresa ou reação, ou seja, já sabia do que se tratava a presença da polícia. Encontramos em uma agenda no telefone vários dados de login e senha que podem indicar a participação dela no crime", esclareceu o delegado Brenno Andrade.

O advogado de defesa da mulher suspeita de envolvimento nos crimes, Davi Metzker, alegou que após analisar o inquérito contra a cliente dele, tomará medidas cabíveis sobre a situação.

"O delegado já encaminhou a cópia, todavia nós ainda vamos estudar e analisar o inquérito e depois de analisar vamos tomar as medidas cabíveis", afirmou.

Líder da organização foi preso dois dias após o casamento

O líder da organização foi preso dois dias após o casamento. O padrinho dele veio de Minas Gerais e também estava envolvido no esquema criminoso. Ele foi detido. 

"Um dos braços financeiros dele e a pessoa que fazia toda a movimentação financeira para a conta dele. Além de ser o principal depositante da conta desse investigado, foi um dos padrinhos de casamento. A equipe do doutor Brenno foi visitá-lo no hotel onde estava hospedado e não permitiu que ele voltasse para Minas Gerais", relatou o coordenador da Deccor. 

O homem apontado como o chefe do grupo tem 35 anos. O advogado Félix Valoar, que representa o suspeito, negou que ele seja o cabeça por trás do esquema fraudulento. 

"Não há nenhuma comprovação dentro daquilo que a defesa teve acesso nos altos de forma parcial, nenhum indício de liderança por parte do meu cliente. Sendo assim, a defesa vai atuar de forma a demonstrar o contrário", afirmou. 

Vítimas poderão ser ressarcidas

A Polícia Civil informou que a quadrilha agia desde 2015 e era a única no país especializada neste tipo de crime. Todos os bens dos suspeitos foram bloqueados. Além disso, todo o valor está sendo levantando pela polícia

Nas residências, os policiais apreenderam joias caras, relógios valiosos, carros e vários outros itens de luxo. O delegado explica que tudo o que foi comprado com o dinheiro da fraude será bloqueado. O valor será usado para o ressarcimento das vítimas. 

"Na casa de um dos alvos, da advogada, havia uma central telefônica, o escritório do crime, todo montado com acústica isolada, de onde eles faziam as ligações. Inclusive, eles eram detentores de centrais telefônicas 0800. Há uma disponibilidade de todo patrimônio desse grupo que ainda não temos informação da parte financeira. E essas vítimas podem vir a ser ressarcidas e vão ser ressarcidas desde que procurem as delegacias da polícia civil, seja no Espírito Santo ou em outros Estados da federação", esclareceu o titular da Deccor, Lucimerio Campos.

*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória / Record TV.

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