Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Legado de Bloomberg: conheça 10 soluções de NY que servem de exemplo a cidades brasileiras

Políticas de moradia, meio ambiente e transporte estão entre as ações do prefeito

Cidades|Do R7

Publicidade
Após 12 anos à frente da Prefeitura de Nova York, o magnata Michael Bloomberg deixa o cargo no fim deste ano. Na terça-feira (5), os nova-iorquinos elegeram o democrata Bill de Blasio para governar a “Big Apple” a partir de 2014. Durante mais de uma década, o atual prefeito enfrentou desafios e planejou uma metrópole para o futuro. Ele desenvolveu projetos a partir da preocupação com a saúde dos habitantes, com segurança, moradia e meio ambiente. O R7 ouviu especialistas e elencou dez iniciativas que poderiam ser aproveitadas por cidades brasileiras. Veja a seguir Reportagem: Fernando Mellis, do R7
Bloomberg decidiu combater a obesidade e o diabetes, mas o assunto acabou em polêmica. A inciativa de diminuir o tamanho dos refrigerantes e a quantidade de açúcar contida neles foi considerada abusiva. Apesar disso, o professor da Escola de Administração da FGV (Fundação Getulio Vargas) e especialista em gestão pública, Mário Aquino, ressalta que a polêmica teve um lado positivo. — Você faz isso com um tema em que a população consegue perceber e que há certa unanimidade em relação a isso. Apesar de polêmico, o Bloomberg foi tentar trabalhar com um diagnóstico que é discutido na sociedade americana: a questão da obesidade 
Apesar disso, o especialista ressalta que, caso a política de combate à obesidade fosse ser aplicada por algum prefeito brasileiro, teria que ser pensada de forma diferente. — Poderíamos atacar, por exemplo, na questão do açúcar na merenda escolar. Tudo isso entra no escopo da administração municipal
Na área da educação, Bloomberg criou pequenas escolas, facilitando a administração e o orçamento. Ele também montou programas para os alunos que têm dificuldades de aprendizado: o pós-escola. O prefeito também é contrário à aprovação automática. Esse último tema ainda gera controvérsias no Brasil e pode variar de cidade para cidade 
A segurança pública em Nova York é atribuição do município. Diferente do Brasil, onde o Estado é quem responde por essa área. Bloomberg deu continuidade à política de revistar qualquer pessoa. No entanto, a medida não tem mais agradado aos cidadãos. Com isso, o “stop and frisk”, herdado do antecessor Rudy Guiliani, deverá ser amenizado na próxima gestão 
A área de habitação sempre foi uma das grandes preocupações do prefeito. Na gestão dele, terrenos públicos começaram a ser transformados em prédios a preços acessíveis. Outras áreas subutilizadas também ganharam status de bairro. A foto mostra o tipo de moradia idealizada por Bloomberg: um condomínio com 123 unidades disponíveis a preços acessíveis para famílias de baixa renda. O topo do prédio terá uma estufa que será alugada a um operador. O edifício também tem tecnologias de eficiência energética, recreação e estacionamento subterrâneo
O arquiteto e urbanista Fausto Nilo critica a implantação de grandes conjuntos habitacionais populares nas periferias das metrópoles brasileiras, o que faz com que os moradores gastem muito tempo para ir e voltar do trabalho. A localização dos complexos de prédios também costuma ficar distante de serviços, como hospitais e creches. — Se você pretende melhorar a movimentação de pessoas, cargas e bens na cidade, melhorar as condições de acesso ao trabalho, educação e centros de consumo — os principais componentes das chamadas viagens urbanas—, só há uma solução: aproximar esses três componentes das moradias
Bloomberg também intensificou o plano de prevenção de desastres da cidade. A medida inclui alertas das autoridades nos telefones dos habitantes. No Brasil, a medida tem sido colocada em prática em cidades que costumam sofrer com a chuva, por exemplo. No entanto, as grandes metrópoles ainda não contam com um sistema eficaz
Em parceria com empresas de tecnologia, o prefeito conseguiu aumentar os pontos de internet grátis em toda a cidade. As áreas públicas em Nova York costumam ter serviço de wi-fi. Nas capitais brasileiras, alguns projetos começaram a ser executados nos últimos anos, no entanto, ainda são falhos. A ausência de convênios faz com que as prefeituras gastem mais. O metrô de São Paulo, por exemplo, tem sinal de celular nos túneis, o que não acontece no Rio
A poluição do ar preocupa autoridades em todo o mundo. Moradores das grandes metrópoles convivem com altas concentrações de material particulado. Bloomberg espera que NY reduza 30% das emissões de gases poluentes nos próximos anos. O prefeito chegou a conversar com petrolíferas para desenvolver combustíveis menos tóxicos para os carros de comida, que são muito comuns na cidade
No ano passado, o prefeito de Nova York participou da Rio+20. Segundo Bloomberg, as prefeituras estão no caminho certo e assumindo a liderança e iniciativas de reduzir a emissão de gases poluentes nas cidades. Uma pesquisa do CDP (Carbon Disclousure Project) mostrou que 64% das iniciativas climáticas realizadas pelas cidades são financiadas pelos próprios municípios. — Lideranças locais estão atuando e melhorando a qualidade de vida e os serviços de modo geral. Mesmo assim, muito ainda está sendo dito e pouco está sendo feito, por isso é necessário o apoio dos governos nacionais e de organizações internacionais nas ações climáticas locais. Precisamos de políticas para tornar o desenvolvimento justo, sustentável e igualitário
Na Europa bicicleta é um meio de transporte bastante comum. Pessoas vão ao trabalho, a festas e às compras pedalando. Na Bélgica é assim também
Apesar de ter uma malha de metrô e trens exemplar, Nova York continua aumentando o sistema sobre trilhos. Atualmente, estão em desenvolvimento três grandes projetos de expansão. Aliado a isso, a prefeitura também investe em sistema de ônibus inteligente, com vias exclusivas, interligado ao metrô 
Diferentemente disso, as obras de metrô no Brasil não acompanham a demanda. Em Salvador (foto), o projeto que previa 12 km de trilhos em 40 meses permanece parado, sendo que apenas metade disso foi construído 
País mais rico do mundo e destino preferido dos brasileiros que viajam ao exterior para encher as malas de compras, os Estados Unidos têm um salário mínimo mensal de R$ 2.734 (US$ 1.160) aos seus trabalhadores
Da mesma forma, o plano de metas precisa ser seguido com rigor e com eventuais adaptações. Mesmo que um prefeito não fique por uma longa gestão, o próximo terá que se comprometer com aquilo que foi traçado. Mas o urbanista Fausto Nilo ressalta que a sociedade deve ser “a senhora do projeto”. — O maior problema dessas melhorias do ambiente urbano no Brasil é que essas reformas são para ser feitas em décadas. Um projeto de escala metropolitana para ser aplicado em décadas precisa de continuidade. Para isso, você precisa de um controle social, a comunidade engajada e conhecendo os projetos. Se não, fica na dependência da vontade de quem sucede o prefeito. E no Brasil, a história não é muito favorável nesse sentido

1 / 16

Após 12 anos à frente da Prefeitura de Nova York, o magnata Michael Bloomberg deixa o cargo no fim deste ano. Na terça-feira (5), os nova-iorquinos elegeram o democrata Bill de Blasio para governar a “Big Apple” a partir de 2014. Durante mais de uma década, o atual prefeito enfrentou desafios e planejou uma metrópole para o futuro. Ele desenvolveu projetos a partir da preocupação com a saúde dos habitantes, com segurança, moradia e meio ambiente. O R7 ouviu especialistas e elencou dez iniciativas que poderiam ser aproveitadas por cidades brasileiras. Veja a seguir Reportagem: Fernando Mellis, do R7
Bloomberg decidiu combater a obesidade e o diabetes, mas o assunto acabou em polêmica. A inciativa de diminuir o tamanho dos refrigerantes e a quantidade de açúcar contida neles foi considerada abusiva. Apesar disso, o professor da Escola de Administração da FGV (Fundação Getulio Vargas) e especialista em gestão pública, Mário Aquino, ressalta que a polêmica teve um lado positivo. — Você faz isso com um tema em que a população consegue perceber e que há certa unanimidade em relação a isso. Apesar de polêmico, o Bloomberg foi tentar trabalhar com um diagnóstico que é discutido na sociedade americana: a questão da obesidade 
Apesar disso, o especialista ressalta que, caso a política de combate à obesidade fosse ser aplicada por algum prefeito brasileiro, teria que ser pensada de forma diferente. — Poderíamos atacar, por exemplo, na questão do açúcar na merenda escolar. Tudo isso entra no escopo da administração municipal
Na área da educação, Bloomberg criou pequenas escolas, facilitando a administração e o orçamento. Ele também montou programas para os alunos que têm dificuldades de aprendizado: o pós-escola. O prefeito também é contrário à aprovação automática. Esse último tema ainda gera controvérsias no Brasil e pode variar de cidade para cidade 
A segurança pública em Nova York é atribuição do município. Diferente do Brasil, onde o Estado é quem responde por essa área. Bloomberg deu continuidade à política de revistar qualquer pessoa. No entanto, a medida não tem mais agradado aos cidadãos. Com isso, o “stop and frisk”, herdado do antecessor Rudy Guiliani, deverá ser amenizado na próxima gestão 
A área de habitação sempre foi uma das grandes preocupações do prefeito. Na gestão dele, terrenos públicos começaram a ser transformados em prédios a preços acessíveis. Outras áreas subutilizadas também ganharam status de bairro. A foto mostra o tipo de moradia idealizada por Bloomberg: um condomínio com 123 unidades disponíveis a preços acessíveis para famílias de baixa renda. O topo do prédio terá uma estufa que será alugada a um operador. O edifício também tem tecnologias de eficiência energética, recreação e estacionamento subterrâneo
O arquiteto e urbanista Fausto Nilo critica a implantação de grandes conjuntos habitacionais populares nas periferias das metrópoles brasileiras, o que faz com que os moradores gastem muito tempo para ir e voltar do trabalho. A localização dos complexos de prédios também costuma ficar distante de serviços, como hospitais e creches. — Se você pretende melhorar a movimentação de pessoas, cargas e bens na cidade, melhorar as condições de acesso ao trabalho, educação e centros de consumo — os principais componentes das chamadas viagens urbanas—, só há uma solução: aproximar esses três componentes das moradias
Bloomberg também intensificou o plano de prevenção de desastres da cidade. A medida inclui alertas das autoridades nos telefones dos habitantes. No Brasil, a medida tem sido colocada em prática em cidades que costumam sofrer com a chuva, por exemplo. No entanto, as grandes metrópoles ainda não contam com um sistema eficaz
Em parceria com empresas de tecnologia, o prefeito conseguiu aumentar os pontos de internet grátis em toda a cidade. As áreas públicas em Nova York costumam ter serviço de wi-fi. Nas capitais brasileiras, alguns projetos começaram a ser executados nos últimos anos, no entanto, ainda são falhos. A ausência de convênios faz com que as prefeituras gastem mais. O metrô de São Paulo, por exemplo, tem sinal de celular nos túneis, o que não acontece no Rio
A poluição do ar preocupa autoridades em todo o mundo. Moradores das grandes metrópoles convivem com altas concentrações de material particulado. Bloomberg espera que NY reduza 30% das emissões de gases poluentes nos próximos anos. O prefeito chegou a conversar com petrolíferas para desenvolver combustíveis menos tóxicos para os carros de comida, que são muito comuns na cidade
No ano passado, o prefeito de Nova York participou da Rio+20. Segundo Bloomberg, as prefeituras estão no caminho certo e assumindo a liderança e iniciativas de reduzir a emissão de gases poluentes nas cidades. Uma pesquisa do CDP (Carbon Disclousure Project) mostrou que 64% das iniciativas climáticas realizadas pelas cidades são financiadas pelos próprios municípios. — Lideranças locais estão atuando e melhorando a qualidade de vida e os serviços de modo geral. Mesmo assim, muito ainda está sendo dito e pouco está sendo feito, por isso é necessário o apoio dos governos nacionais e de organizações internacionais nas ações climáticas locais. Precisamos de políticas para tornar o desenvolvimento justo, sustentável e igualitário
Na Europa bicicleta é um meio de transporte bastante comum. Pessoas vão ao trabalho, a festas e às compras pedalando. Na Bélgica é assim também
Apesar de ter uma malha de metrô e trens exemplar, Nova York continua aumentando o sistema sobre trilhos. Atualmente, estão em desenvolvimento três grandes projetos de expansão. Aliado a isso, a prefeitura também investe em sistema de ônibus inteligente, com vias exclusivas, interligado ao metrô 
Diferentemente disso, as obras de metrô no Brasil não acompanham a demanda. Em Salvador (foto), o projeto que previa 12 km de trilhos em 40 meses permanece parado, sendo que apenas metade disso foi construído 
País mais rico do mundo e destino preferido dos brasileiros que viajam ao exterior para encher as malas de compras, os Estados Unidos têm um salário mínimo mensal de R$ 2.734 (US$ 1.160) aos seus trabalhadores
Da mesma forma, o plano de metas precisa ser seguido com rigor e com eventuais adaptações. Mesmo que um prefeito não fique por uma longa gestão, o próximo terá que se comprometer com aquilo que foi traçado. Mas o urbanista Fausto Nilo ressalta que a sociedade deve ser “a senhora do projeto”. — O maior problema dessas melhorias do ambiente urbano no Brasil é que essas reformas são para ser feitas em décadas. Um projeto de escala metropolitana para ser aplicado em décadas precisa de continuidade. Para isso, você precisa de um controle social, a comunidade engajada e conhecendo os projetos. Se não, fica na dependência da vontade de quem sucede o prefeito. E no Brasil, a história não é muito favorável nesse sentido

Após 12 anos à frente da Prefeitura de Nova York, o magnata Michael Bloomberg deixa o cargo no fim deste ano. Na terça-feira (5), os nova-iorquinos elegeram o democrata Bill de Blasio para governar a “Big Apple” a partir de 2014. Durante mais de uma década, o atual prefeito enfrentou desafios e planejou uma metrópole para o futuro. Ele desenvolveu projetos a partir da preocupação com a saúde dos habitantes, com segurança, moradia e meio ambiente. O R7 ouviu especialistas e elencou dez iniciativas que poderiam ser aproveitadas por cidades brasileiras. Veja a seguir Reportagem: Fernando Mellis, do R7

  • legado bloomberg
  • soluções
  • ny
  • cidades
  • brasileiras

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.