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Você já brincou de Playmobil? A linha mundial de brinquedos lançada na década de 70 virou objeto de desejo de muitas crianças e, sim, dos adultos também. Eles compram, colecionam, tiram fotos e amam os bonequinhos. Conheça histórias de marmanjos que não medem esforços para montar a sua coleção
Daia Oliver/R7
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“Hoje eu mereço um brinquedinho novo”, é assim que a colecionadora Andrea Costa desconta o seu estresse. A diversão a que ela se refere é sua coleção de Playmobil. Há cinco anos, “a paranoia começou”, como ela costuma dizer. E foi da forma mais simples possível
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Andrea estava numa fila de caixa quando viu os figures, que são pequenos pacotinhos onde são vendidos os bonecos. Comprou naquele dia e não parou mais. São tantos que ela já perdeu as contas do tamanho da sua coleção. Para a foto da reportagem, foi preciso arrumá-los em uma mesa e colocá-los lado a lado
Daia Oliver/R7
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Comprar Playmobil não é barato. A colecionadora conta que antes conseguia comprar o pacotinho por R$ 11,20. Hoje o preço já subiu para R$ 20
Daia Oliver/R7
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Como nem todos da linha são lançados no Brasil, Andrea participa de leilões, pede aos amigos da gringa e faz compras em sites de comércio eletrônico dos Estado Unidos. Já chegou a gastar £ 30 (cerca de R$ 145) numa peça.
— Colecionador não guarda preço das coisas para a consciência não ficar pesadaColeção/Júnior Nascimento
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O colecionador pode apostar em vários segmentos. A Andrea já montou até o seu próprio circo
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Ela também tem a sua própria equipe de televisão
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A diversidade da coleção é tão grande que, toda vez que você olha para a mesa, encontra peças novas não importa quantas vezes já observou
Daia Oliver/
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O amor é tanto que Andrea definiu as suas férias com base no Playmobil. Ela irá passar 13 dias em junho na Alemanha. E não foi a Oktoberfest, exposições ou a vida noturna agitada das cidades da alemãs que a atraiu, mas sim o Fun Park, o parque temático do Playmobil. O espaço, que é a “Disney” dos colecionadores, fica na cidade de Zirndorf, próximo a Nurenberg. Existem também unidades em outros países do mundo, como França, Grécia e Ilha de Malta
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Já pensando nos gastos que deve ter na viagem, brinca.
— Já me falaram que eu vou ser parada na Polícia Federal.Daia Oliver/R7
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Em 2012, o Playmobil completou 40 anos. Devido à data especial, uma linha foi lançada em comemoração
Daia Oliver/R7
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A Gerente de Inteligencia e Pesquisa de Mercado consegue até montar pequenos cenários
Daia Oliver/R7
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A coleção do analista de sistemas Tanner Bil já foi reconhecida a nível mundial.
— Em 2011, foi criado o clube mundial de colecionadores, que é administrado pela própria fábrica na Alemanha. Você paga uma anuidade e começa a fazer parte de atividades, promoções, recebe e-mail com antecedência do lançamento do próximo semestre. E uma das ações foi o colecionador do mês que começou em novembro de 2012.
Para ser reconhecido, tem que escrever um blog contando a história da pessoa com o Playmobil. Os mais de 8.000 itens, incluindo bonecos e acessórios, de Tanner foram escolhidos na premiação de março de 2013. Ele foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio. De lá para cá, mais dois também foram escolhidosReprodução/Facebook
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Além da divulgação, Tanner pode fazer uma compra com descontos e sem custo de envio no site da Fábrica da Alemanha. Nada mal para quem gasta de €50 (euros) a € 100 com o transporte, mais as taxas de importação.
— Foi um sonhoReprodução/Facebook
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Tanner é organizado. Toda a sua coleção fica guardada em um dos quartos de um apartamento de 48 metros quadrados. Ele mandou fazer móveis específicos e colocou armários com luz de Led.
— Não adianta eu comprar coisa, encaixotar e não curtir. Faço vídeos, pequenos vídeos. A coleção tem que ser feita para você, do jeito que você quer, não importa ninguém mais. Automaticamente você agrada qualquer pessoa que tiver por perto. Isso é uma prática que a gente coloca no nosso cotidianoReprodução/Facebook
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Tanner tem até bonecos do tamanho de uma criança. São produtos de decoração disponibilizados para as lojas de varejo. Claro que os colecionadores acabam conseguindo as peças.
— Para não ficar na loja ou eles dão para alguém ou vendem. Isso entra em leilão. Hoje tenho dois bonecos desse grande. Um deles foi emprestado pela própria distribuidora no Brasil. Como eu nos eventos, eu levo o boneco.
A outra é uma amazonas que ele adquiriu em um leilão. Um boneco deste tamanho custa em média R$ 1.500 para importar.
— Lá na Europa é mais comum de encontrar, aqui é uma raridadeReprodução/Facebook
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O analista de sistemas conta que sempre gostou de coleções.
— Eu sempre gostei de juntar coisas, já tive coleção de moeda, de nota, de cartão telefônico, de copo, mas nunca levava a sérioReprodução/Facebook
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Para quem pensa que a coleção do analista de sistemas é uma das maiores, está enganado. Ele mesmo compara:
— Perto de várias europeias, a minha é microscópica. A história lá nunca parou. Aqui ficou sem Playmobil por mais de dez anosReprodução/Facebook
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Uma das peças adquiridas recentemente: boneco todo cromado que foi lançado na década de 80. Tanner pagou R$ 350 pela peça, incluindo o custo do envio e da tributação
Reprodução/Facebook
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O empenho de Tanner foi reconhecido também de outras formas. Ele foi convidado pelo clube mundial para ser um moderador e ajudar os brasileiros a solucionarem seus questionamentos sobre renovação de assinatura, promoções. O clube identificou a necessidade de alguém com fluência em português por causa do grande número de colecionadores que existe no Brasil.
— A principal atribuição é auxiliar os membros em relação à dúvidas. Isso chega para mim via e-mail. Não é uma obrigação, é uma colaboraçãoReprodução/Facebook
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O fotógrafo Júnior Nascimento é apaixonado pelo Playmobil desde os sete anos, quando a sua avó, após uma viagem, lhe deu três bonecos.
— Foi assim amor à primeira vista. De lá para cá, não tem outra coisa que eu tenha amor, paixão, quanto o brinquedoColeção/Júnior Nascimento
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Um dos seus principais hobbies é tirar foto da sua coleção. Júnior tem a preocupação de ambientar os seus cenários e deixa qualquer espectador das suas fotos com saudosismo da infância.
— A ideia de fazer maquetes e tirar fotos do brinquedo foi por causa do Instagram. E começou uma brincadeira boa e deu certo. Não parei mais. Tem todo o processo de elaborar, do contexto que eu quero passarColeção/Júnior Nascimento
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Para ele se trata de uma terapia.
— Não tem o mais difícil. É muito prazeroso e uns demoram mais para serem montados do que outrosColeção/Júnior Nascimento
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As mais de mil peças são guardadas no seu próprio quarto que ele também usa de estúdio para fotografar. O colecionador organiza tudo em gavetas, armários e estantes. Ele brinca que está sendo até expulso.
— Eu vou ter que me mudar, o meu quarto está muito cheio. Daqui a pouco eles vão me expulsarColeção/Júnior Nascimento
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A peça mais cara que Júnior comprou foi um castelo medieval completo com soldados, rei e rainha. O colecionador pagou R$ 900. O fotógrafo tem consciência de que se trata de bonecos caros, pois tudo é importado
Coleção/Júnior Nascimento
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Sem dizer o valor exato, sabe que a sua coleção vale muito e afirma que daria para comprar um carro
Coleção/Júnior Nascimento
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O colecionador fez essa montagem em homenagem ao "Dia do Beijo"
Coleção/Júnior Nascimento
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Playmobil da série profissões
Coleção/Júnior Nascimento
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Este cenário poderia facilmente enfeitar o bolo de um casamento
Coleção/Júnior Nascimento
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Para quem acha que ele já tem tudo, Júnior agora sonha em completar o seu exército romano e conhecer o Fun Park, parque temático do Playmobil.
— Tenho a carruagem romana e a arena romanaColeção/Júnior Nascimento