A Prefeitura de São Paulo emparedou ao menos quatro imóveis tombados pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), na região da antiga Cracolândia após operação do último dia 21.
Gustavo Basso/R7
De acordo com especialistas ouvidos pelo R7, a operação é irregular.
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A Prefeitura nega que tenha havido ação ilícita.
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Documentos do Conpresp obtidos pela reportagem do R7 comprovam o tombamento de oito imóveis na adjacentes à esquina da Dino Bueno e rua Helvétia.
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Ex-presidente do Conpresp e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Nadia Somekh critica a ação:
— É uma ação totalmente irregular da Prefeitura e do governo do Estado.
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Representante do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) no Conpresp, Silvio Oksman reforça que mesmo sem terem sido tombados, os imóveis da região têm de ser preservados:
— Além dos próprios imóveis tombados, toda aquela região está na área envoltória da estação Júlio Prestes, do palácio Campos e do largo Coração de Jesus. Nenhuma alteração pode ser feita em imóveis lá sem autorização prévia do Conpresp.
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Segundo Nadia, os prédios da região são de estilo eclético do final do século 19 e início do 20, caracterizado sobretudo pela mistura de elementos neoclássicos com outros estilos arquitetônicos.
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Ela afirma que o estilo está ligado com a mão de obra italiana que chegou a São Paulo nesse período e dominava técnicas de construção até então pouco aplicadas na cidade.
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Para Oksman, mais importante que a arquitetura isolada de cada um dos prédios é o que representa o conjunto destes edifícios:
— São símbolos de um momento histórico da cidade representado pela imigração, desenvolvimento industrial e expansão da área urbana também representados pelo Campos Elíseos, que foi o primeiro bairro planejado da capital.
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Questionada, a Prefeitura afirmou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não se pode falar em irregularidades, pois só a próxima reunião do Conpresp, marcada para segunda-feira (12), definirá a se houve ou não qualquer falha dos agentes públicos.