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Advogado compara evento de adoção à feira de escravos

Gazeta Digital|

ADOCAO NA PASSARELA
ADOCAO NA PASSARELA ADOCAO NA PASSARELA

Um evento de incentivo à adoção ganhou repercussão negativa em âmbito nacional e foi comparada à “feira de escravos” por advogado. Promovido pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) e Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), o “Adoção na Passarela” promoveu desfile de crianças disponíveis para um novo lar.

Realizado nessa terça-feira (21), em um shopping de Cuiabá, o evento reuniu pessoas que estão na fila para adotar uma criança para assistir a apresentação dos menores, que caminhavam pela passarela na torcido por ganhar pais e uma casa.

O evento está na 2° edição e contou também com palestras e orientação aos interessados. Logo após o fim do desfile as críticas começaram.

Em sua rede social, a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) publicou: “acho que essa é uma das notícias mais tristes que li. Crianças numa passarela, cheia de sonhos e desejos, buscando aprovação a partir de um desfile, como se para amar um filho tivéssemos que admirá-los fisicamente”.

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O advogado e escritor Eduardo Mahon também não viu com bons olhos a maneira como as crianças foram expostas. Ele pede desculpas à Ampara e compara o desfile à feira de escravos, frequentada por latifundiários em busca de “trabalhadores”, os quais avaliavam pelo porte e pelos dentes.

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“As crianças na passarela para pretendentes ver o quão bonitas, simpáticas e desenvoltas são, parece-me uma antiga feira de escravos, onde os senhores viam os dentes e o corpo dos africanos para negociar o lance. Não acho legal, aliás, acho péssimo. Não porque seja um desses conservadores que quer esconder, apagar, fingir que não existe rejeição social etc. já estive nessa lista, fiz visitas e sei bem que essas crianças precisam de visibilidade, exposição positiva, ressignificação de lugar e autoestima, mas não assim. Não em uma passarela, não em um shopping, não para o público aberto”, diz parte do texto.

A presidente da Comissão de Infância da OAB, Tatiane Ramalho, foi procurada e informou que a entidade iria de posicionar por meio de nota. A OAB disse que encaminharia seu posicionamento, mas não o fez até a publicação da matéria. O presidente da OAB, Leonardo Campos, não respondeu à reportagem.

O Tribunal de Justiça informou que não iria se posicionar sobre as críticas.

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