Elias Januário
Gazeta DigitalA escola, diante do contexto globalizado, tem sido cenário de interação e diálogo entre as diversas áreas do conhecimento, procurando aprofundar os processos de ensino e aprendizagem, objetivando uma qualidade cada vez melhor na formação educacional.
O conhecimento, por parte do educador, dos processos biológicos, neurológico e culturais do ser humano contribui sensivelmente para a melhoria da qualidade do trabalho desenvolvido em sala de aula. Partindo dessa perspectiva, é fundamental que o professor conheça as diferentes e as diversas fases da memória e do aprendizado do estudante, bem como aspectos atinentes às suas práticas culturais, o que sem dúvida fará com que o docente ensine com mais qualidade.
É preciso ter consciência que o processo de aprendizagem é diferente em cada fase da vida. Nos casos dos adultos, sabemos que com o passar do tempo o processo de aprendizagem, em virtude das transformações hormonais, fica mais lento. Para tanto, o professor deve estar em contínua aprendizagem, mudando a sua relação com o saber e entendendo que é preciso voltar a ser aluno para aprender a ensinar em outra perspectiva.
O professor deve ter o entendimento de que a escola é o lugar para a ampliação da experiência humana, onde as pessoas constroem conhecimentos a partir da linguagem e da imaginação. Dessa forma, a escola deve preocupar-se com a formação humana, onde o aprendizado está estreitamente relacionado com o estudo, o registro e a pesquisa. E não basta apenas o contato com os livros, é preciso aprofundar na investigação, na complexidade e na problematização nas diversas áreas do conhecimento.
Neste sentido, o estudo demanda dedicação, empenho, disciplina e rigor, para que se alcance resultados satisfatórios. E isso pode não ser tão agradável e leve como muitos esperam. Exige sim esforço e dedicação. A qualificação deve fazer parte do cotidiano do professor e a categoria deve lutar por esse direito de formação continuada, de qualificação em nível de pós-graduação, pois só assim terá acesso a níveis mais avançados de estudo e discussão das problemáticas que afetam as questões da escola e do processo de ensino e aprendizagem do aluno.
Retomar alguns pontos que ficaram fragilizados no ano anterior é fundamental nos ciclos iniciais, fazendo revisão. Buscar nas primeiras aulas conhecer social e culturalmente o grupo, a origem dos pais, um pouco da trajetória também são caminhos para a construção do conhecimento e da consolidação de um ensino com mais qualidade.
Elias Januário é educador, antropólogo e historiador