O superintendente executivo de Administração Penitenciária de Goiás, tenente-coronel Newton Castilho, informou nesta terça-feira (2) que 99 presos continuam foragidos após a rebelião de ontem. O motim resultou na morte de nove pessoas e deixou 14 feridos, em Aparecida de Goiânia (GO).
Ao todo, pelo menos 242 presos fugiram das celas, segundo Castilho. "Foram capturados cerca de 143 presos — destes, 90 estavam dentro do presídio. São presos que só saíram da ala por questão de sobrevivência, mas que estavam dentro da prisão", explicou.
De acordo com o superintendente, os presos da ala C (ao todo, 449) invadiram as alas A, B e D na tarde de segunda-feira (1°). “A partir daí, desencadearam os óbitos e a carbonização de nove presos”, informou.
Pelo menos 14 encarcerados ficaram feridos — seis ainda estão no Huapa (Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia) e um na UTI. Segundo a administração, a capacidade prisional é de 530 presos. No entanto, há cerca de 768 encarcerados.
O tenente-coronel informou que o motivo da rebelião não foi a falta de água no presídio. “Eu estive no domingo (31) no presídio e todo o sistema estava sendo abastecido com três caminhões de água. Na segunda-feira (1°), de fato, faltou o abastecimento devido ao feriado, mas foi sanado no próprio dia. Mas não foi o fator motivador para se rebelarem, pois continha água lá”, afirmou.
Após a rebelião, a administração do presídio constatou um buraco em uma das paredes da ala C. “A estrutura não oferece segurança adequada, no sentido de concreto e ferragens, que impeça a abertura de um orifício”, disse o tenente-coronel. “A disposição é bem frágil e a solução, ao meu ver, é a regionalização e implementação de presídios projetados dentro do padrão nacional”, acrescentou.