"Uma vida dedicada à outra vida". Esta é a principal mensagem da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, obrigada a fechar as portas de seu hospital central nesta terça-feira (22) por falta de recursos financeiros e medicamentos. Há 130 anos localizado na rua Cesário Mota Júnior, região central da capital, a sede da entidade deixa de atender por tempo indeterminado à população que necessita de tratamento médico e não tem condições de pagar por um convênio ou R$ 340 em uma consulta particular.
No mesmo complexo onde está o prédio central da Santa Casa, pacientes que possuem condições financeiras para pagar pelo atendimento são examinados por profissionais da saúde que trabalham no Hospital Santa Isabel. A equipe de reportagem do R7 esteve no local e questionou na recepção se pessoas que deixarão de ser consultadas na unidade pública seriam atendidas gratuitamente na sua mantenedora parcial, e constatou que somente mediante pagamento ou apresentação da carteirinha do convênio aqueles que precisam de um médico serão assistidos.
A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que a dívida total chega aos R$ 50 milhões. E, em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo afirmou que R$ 168 milhões serão repassados em recursos extras do Tesouro Estadual. O Ministério da Saúde diz que não foi comunicado previamente sobre o fechamento do hospital e que dos R$ 303 milhões do governo federal previstos à Santa Casa para 2014 ocorrem 49,7% em repasses por procedimentos (tabela SUS) e 50,3% em incentivos.
Pacientes encontram portões da Santa Casa fechados e sofrem com suspensão de atendimento