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Mais de 1 milhão de animais morrem atropelados todos os dias nas estradas brasileiras

Queimadas e falta de sinalização são determinantes para o alto número, dizem especialistas

Cidades|Do R7*

Cerca de 1,3 milhão de animais morrem atropelados por dia nas rodovias em todo o País
Cerca de 1,3 milhão de animais morrem atropelados por dia nas rodovias em todo o País Cerca de 1,3 milhão de animais morrem atropelados por dia nas rodovias em todo o País

Cerca de 1,3 milhão de animais silvestres morrem atropelados por dia nas rodovias em todo o Brasil. Pequenos vertebrados – como sapos, cobras e aves de menor porte —, encabeçam a lista, respondendo por 90% do total de mortes. O restante se divide entre animais de médio e grande porte, como antas e lobos.

Os dados são resultado de um estudo do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), da UFL (Universidade Federal de Lavras), de Minas Gerais. Segundo especialistas, o quadro é natural uma vez que o planejamento de rodovias ficou em primeiro lugar do que os bichos.

A problemática é tema de um projeto de lei que tramita na Câmara. De autoria deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), o texto quer tornar obrigatório ações como monitoramento e sinalização em áreas em que o número de atropelamentos é alto, além de criar um cadastro nacional de acidentes com animais silvestres.

Para o parlamentar, colocar lombadas e placas de sinalização nas rodovias, além de reduzir a velocidade máxima permitida em trechos específicos são medidas necessárias para a redução das mortes.

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— Em casos mais graves, viadutos subterrâneos e passagens suspensas para os animais são soluções que já são implantadas em alguns países europeus e que, com estudo, podem ser aplicadas no Brasil.

Segundo o especialista em sustentabilidade, ecossistemas e animais silvestres, Magno Castelo Branco, o número impressiona, mas tem baixo impacto no funcionamento do ecossistema.

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— É lamentável, claro, mas embora o número cause transtorno, os animais mortos que encabeçam a lista são mais comuns, ou seja, não estão no topo da cadeia alimentar. Ressalvo a importância que cada bicho possui, mas são animais comuns e tem em maior número.

De acordo com a coordenadora de transportes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Larissa Amorim dos Santos, o órgão trabalha para diminuir as mortes, mas ressalva que questões relativas à fauna são de competência da administração estadual.

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Influências

Um dos problemas ambientais mais graves enfrentados pelo Brasil, as queimadas têm influência direta na morte de animais silvestres por atropelamento, como explica Magno Castelo Branco.

— Se você tem uma floresta ou área de cerrado e essa área é incendiada, os animais vão procurar, como escape, algum espaço que não esteja queimado. E as primeiras áreas são as estradas, causando possíveis atropelamentos.

O deputado estadual Feliciano Filho (PSC-SP), engajado na causa animal, destaca a falta corredores ecológicos como fator determinante para o alto número de mortes nas estradas.

— O ideal é deixar as passagens para eles [animais] transitarem. É preciso de um estudo para reduzir esse número. Ter corredores ecológicos, diminuir os desmatamentos, ter passagens debaixo das pistas para os animais passarem para o outro lado são algumas atitudes que se devem ter em relação a isso, porque nós estamos invadindo a área deles.

Deputado afirma que bancada ruralista dificulta aprovação de projetos que beneficiem animais
Deputado afirma que bancada ruralista dificulta aprovação de projetos que beneficiem animais Deputado afirma que bancada ruralista dificulta aprovação de projetos que beneficiem animais

Feliciano lembra também as dificuldades para conseguir aprovação de pautas que beneficiem os animais no Brasil.

— Tem a bancada ruralista que tenta votar contra todos os projetos voltados aos animais, e isso é prejudicial.

Branco tem ressalvas, no entanto, quanto à alternativa apontada pelo deputado como solução para o problema.

— Alguns estudos mostram que os corredores funcionam para alguns animais e outros não. Esse tipo de medida não é tão eficiente e precisa de estudo para cada caso antes de implantá-lo.

*Colaborou Plínio Aguiar, estagiário do R7

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