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Mais de 100 detentos fogem de presídio em João Pessoa (PB)

Cerca de 20 homens chegaram e dispararam várias vezes contra as guaritas e o portão principal, que foi derrubado na madrugada desta segunda (10)

Cidades|Plínio Aguiar, do R7*

Fuga ocorreu na Penitenciária Romeu Gonçalves Abrantes (PB) nesta segunda
Fuga ocorreu na Penitenciária Romeu Gonçalves Abrantes (PB) nesta segunda Fuga ocorreu na Penitenciária Romeu Gonçalves Abrantes (PB) nesta segunda

Cerca de 105 detentos fugiram da Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes, o PB1, em Jacarapé, na zona sul de João Pessoa (PB), na madrugada desta segunda-feira (10). Até as 9h, 33 presos haviam sido recapturados.

De acordo com informações da SEDS (Secretaria de Estado de Defesa Social), a fuga ocorreu após uma ação de diversos indivíduos armados com fuzis e explosivos. Cerca de 20 homens chegaram e dispararam várias vezes contra as guaritas e o portão principal, que foi derrubado. Houve troca de tiros entre os suspeitos e os agentes penitenciários.

Informações preliminares apontam que o objetivo teria sido resgatar quatro detentos que fazem parte de uma quadrilha de roubo a bancos — eles foram presos recentemente em Lucena, na região metropolitana de João Pessoa.

As diligências para recapturar os fugitivos prosseguem. O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Tenente-Coronel Sérgio Fonseca de Souza, adiantou que um inquérito policial já foi instaurado para apurar a fuga.

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O tenente da Polícia Militar Erivaldo Moneta da Silva, de 36 anos, ficou gravemente ferido durante a fuga de detentos. Ele sofreu um tiro na cabeça. O militar estava na sede da Academia de Polícia Civil (Acadepol), no momento em que foi atingido. A sede fica na rodovia estadual PB-008, que fez parte da rota de fuga dos detentos.

Uma equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) prestou os primeiros socorros ao policial e o levou para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Em boletim médico, a assessoria do hospital informou que o tenente Erivaldo Moneta passou por cirurgia de emergência e permanece internado em estado grave.

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Aulas suspensas

Após decisão da Prefeitura de João Pessoa de suspender as aulas e os atendimentos nas Unidades de Saúde, a Universidade Federal de João Pessoa (UFPB) também cancelou as aulas na unidade de Mangabeira, nesta segunda-feira (10), em virtude do ataque de bandidos ao Presídio de Segurança Máxima PB1.

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Segundo nota publicada pela instituição, a medida foi necessária para garantir a segurança da comunidade universitária, já que muitos fugitivos da penitenciária podem estar escondidos nas imediações.

Presos amontoados em cela de presídio em João Pessoa supelotado
Presos amontoados em cela de presídio em João Pessoa supelotado Presos amontoados em cela de presídio em João Pessoa supelotado

Refém

Em 2012, membros do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba receberam voz de prisão e ficaram presos durante três horas durante visita à Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes. O caso ocorreu no dia 28 de novembro.

A partir de denúncias de parentes dos presos e de funcionários do presídio, o conselho decidiu fazer uma visita à penitenciária, onde constatou que os internos estavam em situação degradante. De acordo com a ouvidora da Secretaria de Segurança Pública do estado, Valdênia Paulino, em duas salas estavam amontoados cerca de 80 homens, muitos deles nus, sem acesso à água, com alimentação reduzida e situação precária de higiene — eles dividiam apenas uma privada.

O acesso a um desses espaços foi negado pela administração do presídio e o conselho passou para os presos uma máquina fotográfica para que eles registrassem a situação. Nesse momento, foram acusados pela direção da penitenciária de terem repassado um celular aos presos. Um grupo de policiais deu ordem de prisão ao grupo e os manteve presos por três horas, até que um promotor do estado interveio e conseguiu a liberação.

Valdênia acredita que a ação da direção do presídio tinha como objetivo impedir a divulgação das imagens que comprovavam a situação degradante dos presos. “As imagens demonstravam que os presos estavam em condições sub-humanas. Eles não sofriam espancamento físico, mas a lei é clara: submeter alguém a condições degradantes também configura tortura. As fotos eram uma prova material e a nossa prisão foi uma tentativa de silenciar as denúncias”, diz.

O conselho divulgou um relatório sobre a situação da Penitenciária Romeu Gonçalves de Abrantes, que está disponível no site do Ministério Público Federal do estado. Fazem parte do grupo membros do Ministério Público Estadual, do gabinete do governador e da Ordem dos Advogados da Paraíba.

*Com informações da TV Correio, afiliada da RecordTV na Paraíba, e Agência Brasil

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