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Mantenedora de hospital em Curitiba se defende de acusações das mortes em UTI

Instituição afirma que não tratamento ou suspensão do suporte vital é exercício médico regular

Cidades|Do R7

Virgínia Soares de Souza, de 56 anos, é acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha
Virgínia Soares de Souza, de 56 anos, é acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha Virgínia Soares de Souza, de 56 anos, é acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha (ANDRÉ RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO)

A Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (PR), mantenedora do hospital cuja equipe de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é acusada de antecipar a morte de pacientes, distribuiu um manifesto interno às suas igrejas. Na nota, a instituição defende que o tratamento seja ele medicamentoso ou por aparelhos é decisão médica. "Decisões de não tratamento, de omissão ou de suspensão de suporte vital, não devem ser considerados atos de eutanásia, mas de exercício médico regular", diz o documento.

Virgínia Soares de Souza, de 56 anos, é acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Além das sete mortes que originaram o indiciamento de Virgínia e mais sete pessoas, a médica é suspeita de ter provocado a morte de mais 21 pessoas, cujos prontuários estão sendo analisados. 

A nota da sociedade afirma ainda que o "inocente está sendo considerado culpado" (em referência ao Hospital Universitário Evangélico de Curitiba) e que aliviar a dor e o sofrimento é considerado um dever médico "mesmo quando as intervenções implicam que a vida possa ser abreviada como consequência". A instituição disse também as "terapias de conforto e alívio de dor são tão ou mais importantes, que as terapias que promovem a cura, principalmente nos pacientes em que o processo de morrer é inexorável".

Médica acusada de mortes em UTI se apresenta ao tribunal em Curitiba

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A instituição disse que consultou a coordenação dos médicos intensivistas para fazer o documento e que eles seguiram "protocolos internacionais" para esclarecer os métodos de Terapia Intensiva.

Entenda o caso

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As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital à ouvidoria do governo do Paraná. Virgínia foi indiciada pela polícia por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas.

Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostraram conversas da médica com outros médicos e demais funcionários. A polícia entendeu, após ouvi-las, que Virgínia ordenava o desligamento de aparelhos de alguns doentes.

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Virgínia trabalhava na unidade há 24 anos. Ela era casada com o chefe da UTI, Nelson Mozachi, e assumiu o cargo quando ele morreu, em 2006.

Em nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada.

O CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) manifestou preocupação com a “condenação pública” dos envolvidos sem que “sejam realmente avaliados e julgados por quem de direito”. Não há qualquer queixa dela no órgão. 

Por meio de carta, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que tudo “é um grande erro da polícia” e que as denúncias “são baseadas em depoimentos e não em provas”.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico.

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