Ariane Leitão denunciou a postura da médica ao Cremers
Reprodução Facebook“É lamentável” diz a suplente de vereador pelo PT Ariane Leitão, em relação a pediatra que interrompeu o atendimento de seu filho, de um ano e um mês, pelo fato da mãe ser petista, no último dia 17, em Porto Alegre (RS).
Em um post no Facebook, a suplente, que também foi secretária de Políticas para Mulheres no governo Tarso Genro (PT), afirmou que recebeu uma mensagem da médica, que atendia seu filho desde o nascimento, dizendo que "estava declinando de maneira irrevogável de atender” a criança por causa de sua posição política.
— É discriminação proibitiva, ou seja, o direito do meu filho foi negado. É lamentável.
A decisão da médica foi respaldada pelo Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul). O órgão argumenta que, segundo o Código de Ética Médica, os profissionais não são obrigados a “prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente”. Ariane concorda que os profissionais possuem o direito de escolher os seus pacientes. No entanto, ela contrapõe o estatuto.
— Tem de ser uma avaliação para cada caso. Os médicos, também está no estatuto, não podem cometer atos de discriminação, seja por religião por raça ou por posição política. Nesse caso [do meu filho] não foi por escolha, foi uma justificava discriminatória e esdrúxula.
Em entrevista ao jornal Diário Gaúcho, na última terça-feira (30), o presidente do sindicato, Paulo de Argollo Mendes, disse que a médica tem que se orgulhar da sua postura. Ariane diz não ter ficado surpresa com as declarações.
— Não me surpreendeu porque ele é conhecido por tais atitudes. Ele foi desleal porque está tentando politizar o caso do meu filho. É repugnante.
Ariane acredita que o caso de seu filho serve de brecha para piores cenários.
— Abre um precedente muito mais perigoso: para que as pessoas possam procurar atendimento, seja público ou privado, e serem discriminadas. E a sociedade de achar isso normal. Mas não é, e eu vou continuar lutando para que isso não seja considerado como normal, porque não é, é anormal.
O caso aconteceu na semana em que áudios de conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva grampeados pela Operação Lava Jato foram divulgados. No texto, Ariane diz ainda: “Fiquei tão chocada que a sensação, na hora, era de que tinham me dado um soco no estômago! Nada pode ser pior que envolver teu filho nessa canalhice toda!”
O Cremers vai investigar o caso e, afirmou por meio de nota, que se a Comissão de Sindicância considerar que houve indício de infração ética, será aberto um Processo Ético-Profissional.
Leia na íntegra a mensagem que a pediatra escreveu para a suplente:
"Bom dia Ariane. Estou neste instante declinando em caratér irrevogável, da condição de Pediatra de Francisco. Tu e teu esposo fazem parte do Partido dos Trabalhadores (ele do Psol) e depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a mínima condição de ser Pediatra do teu filho. Poderia inventar desculpas, te atender de mau humor, mas prefiro a HONESTIDADE que sempre pautou minha vida particular e pessoal. Se quiser posso fazer um breve relatório do prontuário dele para tu levar a outro pediatra. Gostaria que não insistisse em marcar marcar consultas mais. Estou profundamente abalada, decepcionada e não posso de forma nenhuma passar por cima dos meus principios. Porto Alegre tem muitos pediatras bons. Estarás bem acompanhada. Espero que compreendas".
*Colaborou Plínio Aguiar, estagiário do R7
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