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Operação resgata 80 trabalhadores em garimpos ilegais no Pará

Parte dos resgatados atuava em condições de escravidão. Locais não tinham água potável, banheiros ou alimentação adequada

Cidades|Do R7

Operação foi realizada em garimpos no sudeste do Pará
Operação foi realizada em garimpos no sudeste do Pará Operação foi realizada em garimpos no sudeste do Pará

Uma operação realizada entre 22 de julho e o último dia 7 resgatou 80 trabalhadores em garimpos clandestinos em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará. As intervenções também tinham como objetivo combater crimes ambientais e extração ilegal de minérios no estado.

A ação conjunta do MPT (Ministério Público do Trabalho) e MPF (Ministério Público Federal) e a Polícia Federal encontrou, entre os 15 alvos de busca, ambientes sem acesso a água potável, banheiro – necessidades eram feitas no mato ou em um banheiro improvisado – e sem alimentação adequada, alojamentos improvisados dentro da mata e pessoas em jornadas desgastantes de trabalho, além da falta de proteção física e contratos trabalhistas.

Parte dos profissionais atuava em condição análoga à escravidão. Entre eles, foram encontrados três adolescentes e uma criança de um ano e seis meses – os quatro filhos de trabalhadoras dos garimpos.

A subprocuradora-geral do MPT, Edelamare Melo, participou da operação e relatou que os trabalhadores não informaram os nomes dos proprietários dos garimpos e se referiam a eles somente pelos apelidos. “Por se tratar de garimpos ilegais, tivemos dificuldade de identificar os empregadores, mas as investigações seguem junto à Delegacia da Polícia Federal de Redenção”, afirmou Melo em comunicado do órgão.

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A maioria entre os funcionários do grupo encontrado tinha como origem o estado do Maranhão. Eles foram encaminhados aos municípios de Ourilândia e Marabá, onde poderiam decidir se retornariam às suas regiões de origem.

A procuradora comentou que “o êxodo de trabalhadores do Maranhão para o Pará, em busca de dinheiro rápido e, na concepção deles, mais fácil, está ocorrendo por conta do desemprego em larga escala de lavradores que não encontram trabalho na sua atividade”. O motivo, segundo ela, seria que os latifúndios de milho e soja têm feito desaparecer propriedades rurais de menor porte.

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Para além da falta de condições humanas e de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e de primeiros socorros, a operação também encontrou um local com cerca de 20 trabalhadores, onde eles recebiam somente pela produção e com pagamento em ouro. Isso significa que, se eles não produzissem durante o garimpo, não seriam pagos pelo dia trabalhado.

No local, após a chegada do órgão, o empregador pagou os funcionários – todos recém-chegados – pelos dias em que atuaram, em acordo com o salário mínimo.

Em outros garimpos, porém, os proprietários não foram encontrados ou deixaram o local na chegada da fiscalização.

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