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Polícia confirma que autor de atentado em escolas do Espírito Santo simpatiza com nazismo

Delegado afirma que polícia vai investigar 'todos os envolvidos' na ação que deixou quatro mortos e ao menos 12 feridos em Aracruz

Cidades|Fabíola Perez, do R7

Adolescente simpatizava com ideias nazistas, mas não pertencia a grupos nazistas, diz polícia
Adolescente simpatizava com ideias nazistas, mas não pertencia a grupos nazistas, diz polícia Adolescente simpatizava com ideias nazistas, mas não pertencia a grupos nazistas, diz polícia

O delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, André Jaretta, confirmou nesta segunda-feira (28) que o adolescente que atirou em duas escolas no município de Aracruz, deixando quatro mortos e ao menos 12 feridos, era simpatizante do nazismo. "Em uma investigação preliminar, podemos dizer que ele era simpatizante de ideias nazistas, mas não confirmamos que ele fazia parte de nenhum grupo de internet com objetivos nazistas", afirmou o delegado. 

A polícia também vai apurar o a conduta do pai do jovem, que é policial. Segundo as investigações, o adolescente passou dois anos manuseando as armas que pertenciam ao pai, para ter mais familiaridade com os objetos antes de executar a ação nas escolas. A apreensão ocorreu na sexta-feira (25), por volta das 14h, na casa de praia da família. No primeiro momento, disse a polícia, o jovem teria negado a autoria do ato.

O delegado detalhou ainda, durante a coletiva, que o adolescente se aproveitou da saída dos pais da casa para pegar duas armas do pai e sair em direção às instituições. Além disso, segundo Jaretta, ele almoçou com os pais após a tragédia.

"O pai e a mãe saíram uma hora antes dele para ir ao centro de Aracruz fazer compras, e isso demandaria tempo, então, ele aproveitou esse momento para cometer o atentado. Ele se apossou de objetos no interior da casa, em especial das duas armas de fogo. Depois, cobriu as placas dos veículos", diz o delegado André.

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Após os ataques, ele retornou para casa e encontrou os pais. "Ele reage naturalmente, como uma rotina comum da família, almoçam e vão a uma segunda casa", diz a investigação. A polícia disse também que os pais teriam conhecimento sobre o atentado, mas não sabiam da autoria.

O adolescente disse aos policiais que teria sofrido bullying. "Isso foi alimentando esse sentimento de ódio. Ele fazia acompanhamento com psicólogo e psiquiatra." Ele era instrospectivo, falava pouco com a família, disse a polícia.

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Em relação à dinâmica das ações, a polícia diz ainda que o jovem decidiu que, no momento em que tivesse oportunidade, se apossaria de duas armas de fogo da casa para cometer esse atentado em duas escolas mais próximas.

Ataque 'sem precedentes' no estado

O delegado disse ainda que, ao invadir a primeira escola, o adolescente rompeu um cadeado, chegou ao segundo portão e rompeu o segundo cadeado, para se aproximar das portas dos fundos. Com a pistola, ele entrou na sala dos professores e disparou até que acabasse a munição.

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A polícia apurou que ele deixou a primeira instituição pelo mesmo caminho que entrou e seguiu para a segunda escola, a cerca de 1 quilômetro de distância. No segundo colégio, o portão principal estava aberto. Com isso, o adolescente acessou ao hall de entrada utilizando um revólver, já que a munição da pistola tinha se esgotado.

Na segunda escola, os estudantes correram para as salas e se trancaram. O adolescente disparou mais uma vez, em outra sala de aula, e voltou ao carro pelo lado do motorista. No retorno, já em casa, colocou os objetos de volta aos locais em que estavam e esperou a chegada dos pais. 

O tentente Francisco Farias Carvalho afirmou que os ataques às escolas da cidade de Aracruz são "situações sem precendentes" no estado. "Nos deparamos com um cenário de guerra, nem nos piores pesadelos poderíamos imaginar algo assim", afirmou.

Vítimas tinham estilhaços, traumas e torsões

De acordo com o Copo de Bombeiros, o batalhão de Aracruz foi acionado e se deslocou rapidamente para as instituições com ambulâncias. "Foi uma chegada rápida, com outras viaturas, e logo de cara foram detectados três óbitos. Algumas pessoas foram transferidas para hospitais; essas vítimas tinham estilhaços, traumas na cabeça e na região torácica, tinham também torsão de pé, característico de um abandono rápido de local." No sábado (26), o quarto óbito foi confirmado.

A polícia destacou ainda que os agentes agiram de forma integrada e "deram as respostas que a sociedade capixaba esperava naquele momento". De acordo com o delegado Francisco, a investigação não excluirá nenhuma possível linha de investigação. "Todos os envolvidos, todas as pessoas que tiveram participação serão investigadas, e nos aprofundaremos para esclarecer todos os pontos."

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