A Polícia Civil do Paraná investiga se os dois irmãos encontrados mortos no apartamento da mãe, Eliara Paes Nardis, em Guarapuava, foram assassinados no mesmo dia, conforme a versão da mulher, ou em datas diferentes.
Isso porque, segundo Ana Hass, a delegada responsável pelo caso, se os assassinatos tiverem ocorrido em dias diferentes, o crime poderá se configurar também como cárcere privado e tortura.
A delegada da 14ª Divisão Policial afirmou que até o momento duas testemunhas foram ouvidas formalmente. Uma delas é a irmã da vítima, e a outra, o pai do menino.
"Agora, vamos ouvir o pessoal da escola das crianças e outras testemunhas. Estamos tentando adiantar o máximo possível para o encerramento do inquérito", diz Hass. A previsão é que a investigação se encerre até a segunda-feira (5).
Neste momento, além de ouvirem as testemunhas, as equipes fazem diligências e trabalham para obter as imagens do prédio em que a mulher morava, para que, na sequência, possam analisar a movimentação das crianças e da mãe. A frequência escolar das crianças e os laudos periciais também serão apurados.
A mãe das crianças chegou a confessar o crime, segundo a polícia. No momento do interrogatório, porém, ela se manteve em silêncio. "Existem algumas incoerências em relação a outras provas", disse a delegada. "Ela chegou a afirmar que matou as duas crianças no mesmo dia, mas vamos investigar para saber se as mortes ocorreram em dias diferentes."
Durante as diligências, a polícia também localizou cartas que teriam sido escritas por ela. "Acreditamos que esses materiais teriam sido feitos para estudar como ela faria as ações e combinar a versão que seria apresentada", diz Hass.
"O laudo pericial vai indicar as causas da morte. Ela disse que matou o menino com um travesseiro e a menina com um cachecol. Esses meios podem qualificar os homicídios. Vamos verificar as datas em que tudo ocorreu."
Após confessar ter matado os filhos e escondido os corpos ao longo de duas semanas, a mulher foi presa em flagrante na tarde do último sábado (27).