Na madrugada desta quinta-feira (28), quatro cidades de Santa Catarina tiveram veículos incendiados. Segundo a Polícia Militar, Brusque, Blumenau, Florianópolis e Joinville foram atingidas. No entanto, a PM investiga se as ocorrências estão associadas às ações de facções criminosas ou se foram atos de vandalismo. Até agora, o Estado sofreu 113 atentados.
Na semana passada, a Polícia Militar catarinense decidiu mudar os critérios para avaliar os episódios e evitar uma classificação equivocada das ocorrências, associando todos os eventos de incêndio à série de ataques violentos no estado. Desde então, antes de informar que se trata de um atentado, o caso suspeito é analisado individualmente pelas autoridades de segurança pública.
De acordo com a PM, por volta das 0h13 um Jeep estacionado ao lado de uma oficina pegou fogo no bairro Steffen, em Brusque. Segundo uma testemunha, dois homens a pé jogaram combustível no veículo com uma garrafa pet, ateando fogo em seguida. O proprietário da oficina e responsável pelo automóvel incendiado conseguiu apagar as chamas que causaram danos parciais na parte traseira do automóvel.
Alguns minutos depois, em Joinville, por volta da 0h31, foi registrado um início de incêndio em um ônibus de transporte coletivo que estava estacionado em frente a uma casa no bairro Jardim Iririu, em Joinville. O fogo foi ocasionado por uma garrafa com combustível e danificou um dos pneus e a lateral do veículo.
Uma testemunha afirmou ter visto três jovens encapuzados, em duas bicicletas, se aproximarem e jogarem a garrafa no ônibus.
Em Blumenau, por volta das 5h, às margens da BR-470, ocorreu um incêndio em um veículo em uma loja de revenda de automóveis. No local foi encontrada uma garrafa pet, possivelmente utilizada para iniciar o incêndio. A Polícia ainda estava no local nesta manhã realizando a perícia.
Além disso, em Florianópolis, por volta das 5h29, um fusca pegou fogo na estrada Rosália Paulina Ferreira. O veículo foi totalmente consumido pelas chamas. O automóvel estava estacionado em via pública e, segundo testemunhas, estaria abandonado no local há cerca de três dias.
Entenda o caso
Santa Catarina vive a segunda onda de violência dos últimos meses. A primeira foi em novembro do ano passado. Os novos ataques começaram no dia 30 de janeiro. O Estado voltou a registrar ônibus, viaturas das polícias Militar e Civil, e veículos particulares incendiados. Bases da PM e delegacias também foram atacadas com tiros ou coquetéis molotovs.
O número de cidades em Santa Catarina que registraram ataques supostamente feitos por uma facção que atua no Estado já supera o verificado em 2012, ano em que a série de atentados começou.
As ocorrências foram registradas em 37 municípios: Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Itajaí, Navegantes, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Tubarão, Laguna, Araquari, Indaial, Brusque, São João Batista, Rio do Sul, São Miguel do Oeste, Içara, Joinville, Gaspar, São José, Ilhota, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Chapecó, Bom Retiro, Garuva, São Bento do Sul, Porto União, Imbituba, Guaramirim e Campos Novos, Balneário Rincão, Itapoá, Água Doce, Rio Negrinho e Lages.
O motivo teria relação com maus-tratos a detentos, assim como aconteceu em novembro. Um vídeo gravado em um presídio de Joinville mostrou presos sendo torturados por agentes penitenciários.