Quase dois meses depois da tragédia de Santa Maria (RS), a Polícia Civil deve apresentar os resultados da investigação sobre o incêndio da boate Kiss nesta sexta-feira (22). O inquérito apura as responsabilidades pelas mortes de 241 pessoas. As cerca de 10 mil páginas do documento devem apontar as causas da maior tragédia do século no Brasil, ocorrida no dia 27 de janeiro.
Nesta semana, os agentes concentraram esforços para poder finalizar o inquérito nesta sexta. Um dos responsáveis pela investigação, o delegado Marcelo Arigony postou, em seu perfil no Facebook, que estava "na reta final do inquérito policial" por volta das 13h desta quinta-feira (21). Acrescentou que a Polícia Civil está "trabalhando incessantemente para concluir o procedimento".
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Na rede social, Arigony é seguido por mais de 13 mil pessoas que acompanham o andamento das investigações e torcem para que os responsáveis sejam punidos. "Espero que após tanto sofrimento a justiça seja feita... Não consigo imaginar nem acreditar que 241 pessoas e tantas outras sofreram e ainda sofrem e que não vejam os culpados pagarem por seus erros", escreveu a internauta Carla Zeppenfeld.
"Os culpados todos sabem quem são, mas o processo precisa ser bem elaborado para não deixar falhas e inocentar culpados", opinou o internauta Irineu Dalmolin, outro seguidor do perfil do delegado no Facebook.
Arigony pediu a prisão de quatro pessoas um dia após o incêndio e fez questão de compartilhar a dor e indignação daqueles que perderam parentes e amigos. Uma prima dele, de 18 anos, morreu dentro da boate Kiss.
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Dois dias após o incêndio o delegado já havia afirmado que os policiais estavam “focados no objetivo de fazer justiça”. Ele também disse que “o fato será esclarecido em todas as suas circunstâncias e que absolutamente todos os envolvidos terão sua responsabilidade apontada no caderno investigatório”.
Apresentação do inquérito
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que o resultado das investigações será apresentado no anfiteatro Flávio Miguel Schneider, no campus da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), às 14h desta sexta-feira. Esse é o local onde estudava a maioria das vítimas mortas no incêndio na boate Kiss.
Desde o dia 28 de janeiro, dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira — o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Augusto Bonilha Leão — estão presos. O grupo, que se apresentava na casa noturna no momento da tragédia, teria usado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos. Dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, também estão presos.
Assista ao vídeo:
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