Concentração de manifestantes nas escadarias da Candelária, no centro do Rio
Fabíola Perez/R7Presente no ato que homenageou Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, mortos na quarta-feira (14) da semana passada, a diretora-executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, afirmou no Rio de Janeiro que a mensagem que permanece após a morte da vereadora do Psol é de que a luta pela vida deve continuar.
"O Brasil é um lugar muito perigoso para pessoas que defendem os direitos humanos. Marielle infelizmente foi mais uma vítima desse contexto. A mensagem que fica é que a luta pela vida continua."
Segundo a diretora da ONG, o governo tem que atuar e recompor o programa de defesa aos defensores da causa. "Isso precisa ser feito para proteger a vida e a dignidade", diz ela. "Na base disso está a desigualdade social, racismo, machismo. E hoje, a sociedade está na rua dizendo basta."
Placa de rua adesivada com o nome de Marielle
Fabíola Perez/R7Manifestantes começaram a se reunir junto à Candelária, no centro do Rio de Janeiro, por volta das 17h desta terça-feira (20). A praça ficou lotada de manifestantes em poucos minutos. A caminhada ocorreu pacificamente até a Cinelândia.
"Esse é um ato pacífico, de oração, épedido de Justiça. Representa um pouco do nosso compromisso por justiça e reafirmar o empenho de Marielle a essa luta", diz Lucia Xavier, integrante da ONG Criola.
A fachada da Câmara Municipal permaneceu iluminada por projeções com inscrições "Fora, Temer", "Luto, Luta", "Ditadura Nunca Mais" e com o rosto de Marielle. O ato interreligioso se iniciou com uma apresentação da Orquestra Música pela Democracia, que tocou "Apesar de você", de Chico Buarque.
Durante o ato, manifestantes também entoaram gritos como "sem hipocrisia, a polícia mata pobre todo dia", "Marielle perguntou, eu também vou perguntar, quantos mais tem que morrer para essa guerra acabar".
No palco, instalado em frente à Câmara Municipal, mulheres e lideranças negras homenagearam Marielle. "Ao morrer, essa mulher incendiou a nação", diziam. "Estamos aqui pelos mais de 60 mil assassinatos por ano que acontecem no Brasil. Chega de truculência, exigimos a apuração da morte de Marielle", afirmaram.