Só, em São Paulo, foram roubados mais de 200 mil celulares em 2016. E, a cada ano, em todo o País, 13 milhões de aparelhos ilegais são adicionados à base das operadoras.
Os números são alarmantes, mas parecem não causar abalo na Anatel, a agência responsável por regular o setor de telefonia. Em algum canto da autarquia, dorme em berço esplêndido o projeto Celular Legal, que identifica os aparelhos ilegais e garante a segurança do sistema. Apenas o celular com certificado da própria Anatel poderia operar. Desde julho, os usuários em situação irregular deveriam ter sido avisados pelas operadoras, e 75 dias depois, sofreriam um bloqueio.
O início do programa foi adiado para setembro, mas até agora nada foi feito. E mais grave: ninguém sabe quando ou se haverá, efetivamente, um bloqueio.
A inação da Anatel para ajudar a conter a onda de roubo de celular tem deixado furiosa a turma que se preocupa com a qualidade dos aparelhos e dos serviços:" A redução deste tipo de crime só acontecerá quando não houver mercado para isso”, enfatiza Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) – que reúne fabricantes de celulares.
A coluna apurou que o adiamento do bloqueio pode ter motivo pouco republicano: "As operadoras não estão preocupadas com esses roubos. Para elas, tanto faz, pois o serviço continuará sendo cobrado", diz um empresário.
Procurada, a Anatel ficou de dar uma resposta, mas também adiou.
Prédio da Agência Nacional de Telecomunicações
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