Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os acionistas da mineradora brasileira Vale aprovaram em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), nesta terça-feira, um plano para pulverizar o controle da empresa, maior produtora global de minério de ferro, em um passo histórico que visa aumentar a transparência e a governança.
Na reunião que teve fim no início da tarde, os acionistas minoritários apoiaram o plano apresentado em 20 de fevereiro pelos controladores, agrupados sob a holding Valepar, e aprovaram todos o sete itens previstos na pauta, segundo informou a Vale em um comunicado ao mercado.[nL1N1G511E]
Dentre os itens, a assembleia aprovou a conversão voluntária de ações preferenciais classe "A" de emissão da Vale em ações ordinárias, na relação de 0,9342 ação ordinária por cada ação preferencial e incorporação da Valepar pela Vale.
Também aprovou alterações no Estatuto Social da Vale para adequá-lo às regras do segmento especial de listagem da B3 (antiga BM&FBovespa), dentre outros pontos importantes.
"A conversão voluntária (das ações) foi aprovada com 78 por cento de votos favoráveis, compreendendo 95 por cento dos votos das ações ordinárias e 68 por cento dos votos das ações preferenciais", afirmou a Vale no comunicado.
As ações preferenciais da Vale operavam em alta de 3,2 por cento às 14:25, enquanto as ordinárias avançavam 3,57 por cento, enquanto o Ibovespa caía 0,35 por cento no mesmo horário.
A mineradora ponderou em nota, entretanto, que a eficácia da aprovação dos itens está condicionada a que, no prazo de 45 dias, se verifique a adesão de pelo menos 54,09 por cento das ações preferenciais classe "A" à conversão voluntária.
Os procedimentos necessários a serem adotadas pelos acionistas e pelos detentores de ADSs para solicitar a conversão, segundo a empresa, serão detalhados em um documento que será publicado mais tarde nesta terça-feira.
Segundo a assessoria de imprensa da Vale, o presidente da companhia Fabio Schvartsman afirmou a participantes da assembleia que o resultado na reunião foi ótimo, que uma primeira etapa foi vencida e que ele está otimista em relação aos próximos passos.
A mudança representa um marco no Brasil, mantendo a companhia, que no passado foi estatal, mais longe de interferências governamentais.
None
(Por Marta Nogueira)