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Ações da Hypermarcas despencam com delação de ex-executivo

Economia|

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - As ações da Hypermarcas registravam a maior baixa em quatro anos nesta terça-feira depois que a maior fabricante de medicamentos genéricos do país confirmou que um ex-executivo autorizou pagamentos de milhões de reais para prestação de serviços que não tiveram comprovação de execução.

A empresa enviou comunicado ao mercado mais cedo diante de notícia do jornal O Estado de S. Paulo que relata que o ex-diretor de relações institucionais Nelson Mello, que trabalhou para a Hypermarcas entre 2012 e março deste ano, afirmou em delação premiada que pagou 30 milhões de reais a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar repasses para senadores do PMDB, entre eles Renan Calheiros (AL), presidente do Congresso, Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).

Mello, que deixou a Hypermarcas em março, não pode ser contatado para comentar o assunto. Uma porta-voz de Jucá negou a notícia e representantes de Calheiros não responderam a pedidos de comentários.

No comunicado desta terça-feira, a Hypermarcas afirma que "não se beneficiou de quaisquer dos atos praticados pelo ex-executivo" e que não é alvo de nenhum procedimento investigativo. A empresa informou ainda que acertou acordo com Mello por meio do qual "assegurou ressarcimento integral pelos prejuízos sofridos".

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No entanto, as ações da empresa tinham queda de mais 6,56 por cento às 15h18, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 1,33 por cento. Os papéis lideravam as baixas do pregão desde o início da sessão.

"A notícia é perturbadora. Como é possível que 30 milhões de reais foram gastos sem comprovação dos serviços? Quais eram as motivações de Mello?", escreveram analistas do Credit Suisse liderados por Tobias Stingelin, em nota a clientes.

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A Hypermarcas não deu detalhes sobre os pagamentos identificados pela auditoria interna.

Segundo o jornal, as informações repassadas por Mello na delação premiada "referem-se à atuação de parlamentares na defesa de interesses da empresa no Congresso" e não fazem parte de inquérito da Operação Lava Jato.

(Por Guillermo Parra-Bernal e Silvio Cascione, com reportagem adicional de Lisandra Paraguassu)

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