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Alemanha deseja acelerar acordo de livre-comércio entre Mercosul e UE

Economia|

Brasília, 13 fev (EFE).- A Alemanha quer acelerar as negociações para alcançar um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), disse nesta sexta-feira o ministro alemão de Relações Exteriores, Frank Walter Steinmeier, em entrevista coletiva em Brasília. Steinmeier, que iniciou hoje em Brasília uma viagem pela América Latina que também o levará ao Peru e à Colômbia, disse que manifestou o interesse da Alemanha de acelerar as negociações na conversa que teve nesta sexta-feira com a presidente brasileira, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. "Temos interesse no acordo e vamos fazer tudo o que for possível para tentar acelerar o processo", afirmou o ministro alemão na entrevista coletiva que concedeu junto ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira. O ministro alemão assegurou que as negociações com o Mercosul foram abordadas no momento em que conversou com Dilma sobre a atual situação na Argentina e na Venezuela, países que integram o bloco comercial sul-americano junto ao Brasil, Paraguai e Uruguai. A negociação do Mercosul para alcançar um tratado de livre-comércio com a UE foi lançada inicialmente em 1999, mas esteve paralisada por vários anos por posições inflexíveis de ambos os lados em defesa dos próprios interesses. A negociação foi relançada há dois anos e o Mercosul disse que já tem pronta sua oferta de bens, serviços, investimentos e compras governamentais, mas que não pode intercambiá-la porque os europeus alegam que ainda não finalizaram o processo de consultas internas para entregar sua proposta. Vieira, por sua vez, afirmou que o Mercosul só espera uma resposta de Bruxelas para intercambiar as ofertas de negociação. "Estou de acordo com o ministro Steinmeir de que estamos empenhados em negociar. Há muitos anos estamos negociando e agora estamos avançando", apontou o ministro brasileiro de Relações Exteriores. Segundo Vieira, "a presidente disse ao ministro (alemão) que as ofertas do Mercosul estão prontas e que estamos esperando neste momento uma resposta de Bruxelas. A União Europeia tem que concordar e apresentar suas propostas". Steinmeier, que chegou ao Brasil acompanhado por uma ampla delegação empresarial, acrescentou que o acordo é essencial para que a Alemanha possa melhorar seu comércio com o Brasil, seu principal parceiro latino-americano, em momentos de crise econômica global. "A economia mundial, neste momento, não mostra traços positivos e enfrenta crise com potencial de risco na América do Sul e na Europa", apontou. De acordo com Steinmeier, a Alemanha mantém sua aposta de uma relação de confiança em matéria de investimentos com a região. "A mensagem que queremos emitir com esta visita é que, inclusive em condições difíceis, queremos seguir sendo parceiros confiáveis em assuntos de economia e investimentos. As atuais crises nos aproximam", sustentou o ministro alemão. A Alemanha, com uma troca que no ano passado chegou a US$ 20,4 bilhões e com 1,6 mil empresas presentes no país, é o quarto parceiro comercial do Brasil, depois da China, Estados Unidos e Argentina, e o primeiro entre os países europeus. "Necessitamos aumentar o comércio pelo bem de nossas economias, e ampliar a participação de bens de maior valor agregada na pauta de exportações à Alemanha", disse o ministro brasileiro. Os dois ministros aproveitaram a reunião para acordar os detalhes da visita de Estado que a chanceler alemã, Angela Merkel, deve realizar ao Brasil nos dias 19 e 20 de agosto. Durante a visita de Merkel, será inaugurado em Brasília o mecanismo de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível Brasil-Alemanha, com o qual ambos países pretendem aprofundar suas relações, especialmente nas áreas de comércio, investimentos, ciência, tecnologia, inovação e educação. O país europeu apenas tem este tipo de mecanismo de consulta com parceiros estratégicos como os Estados Unidos e China. Durante a visita de Steinmeier a Brasília, os dois ministros assinaram um acordo que permite que jovens brasileiros e alemães possam viajar para o outro país por até um ano com direito a trabalhar um máximo de seis meses para o mesmo empregador ou para realizar cursos de especialização. Na conversa que teve com Dilma, Steinmeier expôs também a visão da Alemanha sobre a atual situação da Europa e o alcance do acordo Minsk II para garantir uma trégua na Ucrânia, em cuja negociação participou antes de viajar ao Brasil. Após sua visita ao Brasil, o ministro alemão viaja nesta mesma sexta-feira a Lima antes de concluir sua viagem na Colômbia. EFE cm/ff (foto)

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