Alimentos ficaram mais caros no varejo
Omar de Oliveira/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo - 28.12.2017Os alimentos ficaram mais caros no varejo, pressionando a inflação ao consumidor no IGP-10 (Índice Geral de Preços—10) de janeiro, informou na manhã desta terça-feira (16) a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) teve elevação de 0,36% em janeiro, após um avanço de 0,29% em dezembro.
A mudança foi sentida pela manicure Rosemeire Paula, de 33 anos. “Com certeza notei que teve aumento. Percebi isso porque meu marido ficou desempregado, então qualquer mudança de preço eu sinto com mais facilidade agora”, diz. “Antes, a gente comia mistura todos os dias. Se hoje faço mistura em casa, amanhã substituo a carne por um ovo, por exemplo.”
Cinco das oito classes de despesa registraram taxas de variação maiores, com destaque para o grupo Alimentação, que passou de uma queda de 0,16% em dezembro para aumento de 0,66% em janeiro, sob influência de itens como hortaliças e legumes, que saiu de -3,90% para 5,78% no período.
Meire, como gosta de ser chamada, também sentiu no bolso. “Eles falam que a gente tem que comer pelo menos dois tipos de fruta por dia, que comer verdura. Mas com o preço que está, como vou comprar?”
Rosemeire sentiu o aumento dos preços nos alimentos
Reprodução/FacebookO aumento no preço da comida teve outra mudança de hábito para a família da manicure. “Compro tudo o que tem que comer, porque comida não pode faltar, mas não consigo mais ir comer fora. Ficou muito caro ir em restaurante, agora só como em casa.”
Meire tem um filho de oito anos e a preocupação dela é manter todos os nutrientes para que ele tenha um crescimento saudável. “Nunca deixo de dar o que ele precisa. Sempre tem um ovo, um feijão, algo que supra a mistura”, explica. “Outra coisa que faço é aproveitar promoção. Esses dias o supermercado estava com um preço bom, aí comprei em grande quantidade para congelar. Depois, vou usando com o passar do tempo.”
Transportes e comunicação também registraram aumento de preços
Os demais acréscimos ocorreram em Transportes (de 0,68% para 0 85%), Comunicação (de -0,22% para 0,20%), Despesas Diversas (de 0,13% para 0,19%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,36% para 0 41%).
Houve impacto dos itens tarifa de ônibus urbano (de -1,53% para 0,59%), tarifa de telefone residencial (de -2,87% para 0 01%), alimentos para animais domésticos (de 0,14% para 2,50%) e protetores para a pele (de -2,95% para -1,10%), respectivamente.
Na direção oposta, as taxas foram menores nos grupos Habitação (de 0,38% para -0,23%), Vestuário (de 0,44% para -0,27%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,74% para 0,65%), com contribuição dos itens tarifa de eletricidade residencial (de 1 16% para -2,46%), roupas (de 0,38% para -0,50%) e passagem aérea (de 13,54% para -6,30%).