O aumento das taxas de juros para financiamentos que utilizam recursos da poupança — anunciado pela Caixa Econômica Federal nesta quinta-feira (15) — vai criar uma dificuldade adicional para as famílias que sonham em ter a casa própria.
Essa avaliação foi feita pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Construção de São Paulo). As duas instituições afirmam que o ritmo de atividade reduzido em 2014, aliado a um cenário de queda na renda e incertezas tira a possibilidade de acesso de algumas famílias a esse bem.
O presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, afirma que o aumento nas taxas do crédito imobiliário diminui o potencial de compra.
— Quando se reduz os juros, mais pessoas são incluídas no mercado de imóveis. Se há aumento, ocorre o inverso: mais pessoas são colocadas para fora dele.
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Segundo o vice-presidente de economia Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, a decisão do banco dá sinais de uma reversão da política adotada desde 2007, de crédito barato e fácil. Ele afirma que, neste momento, é impossível saber ainda qual vai ser o tamanho do impacto dessa medida para o setor de construção e incorporação.
— Movimentos como esse sempre impactam o setor. As expectativas já estavam muito ruins e o cenário deve piorar ao menos um pouco com a elevação das taxas de juros. Se o mais barato sobe, é claro que o mais caro vai subir também.
Ele acredita que os bancos concorrentes da Caixa também deverão levar em conta a nova tabela para reajustarem suas taxas de juros. A Caixa concentra quase 70% das operações de crédito imobiliário no País. Os juros da Caixa para habitação, um dos menores do mercado, costumam servir de parâmetro para os demais bancos.
O vice-presidente de Habitação Econômica do Secovi-SP e presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Flávio Prando, espera que o governo crie incentivos, a fim de compensar a dificuldade gerada pela alta dos juros.
— A boa notícia é que o governo se comprometeu a não modificar os juros das operações do Minha Casa, Minha Vida, nem de financiamentos contratados com recursos do FGTS.
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