Amano viaja ao Irã para esclarecer dimensões militares do programa atômico

Viena, 1 jul (EFE).- O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, viaja nesta quarta-feira ao Irã para se reunir com o presidente do país, Hassan Rohani, dentro dos esforços diplomáticos para esclarecer se o programa atômico iraniano tem alvos militares, confirmou esse escritório da ONU em Viena. A viagem pretende "acelerar a resolução dos assuntos pendentes relacionados com o programa nuclear iraniano, incluído o esclarecimento de possíveis dimensões militares", explicou a AIEA em comunicado. Esta visita ocorre enquanto as grandes potências e o Irã negociam em Viena os detalhes de um acordo que imponha limitações ao programa atômico iraniano, de modo que não possa desenvolver armas atômicas a curto prazo. A AIEA anunciou que o diplomata japonês se reunirá amanhã com Rohani e outros altos cargos iranianos. Este organismo da ONU trata há 12 anos de confirmar se o Irã tem ou teve um programa militar nuclear militar clandestino e também será responsável de verificar o cumprimento de qualquer acordo ao qual cheguem Irã e as grandes potências. O sistema de inspeções ao qual devem se submeter as instalações nucleares iranianas é um dos aspectos que impedem o fechamento o pacto nuclear sobre o qual se negocia há 20 meses. Até agora, o principal problema foi a exigência que os controles incluas bases militares, algo que Irã se nega ao argumentar questões de segurança nacional. No entanto, nos últimos dias foi revelado na imprensa internacional que os EUA aceitariam que o regime de inspeções às instalações nucleares iranianas não inclua automaticamente bases militares. O Irã e o chamado Grupo 5+1 (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) acordaram ontem estender até 7 de julho o prazo de negociação, que expirou ontem. Em Viena estão os ministros das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, e Estados Unidos, John Kerry, aos que se unirão amanhã seus colegas da França e China. Também viajará para Viena Federica Mogherini, chefe da diplomacia europeia e que atua como coordenadora das grandes potências nesta negociação. EFE as/ff