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América Latina vive período "sombrio" de investimentos estrangeiros

Economia|

Genebra, 24 jun (EFE).- A América Latina entrou em um período "sombrio" de investimentos estrangeiros diretos, com uma marcada redução nos fluxos das indústrias extrativistas, anunciou nesta quarta-feira o Organismo das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Esta tendência, que pode persistir, deve ser vista como uma oportunidade para refletir sobre a experiência de 20 anos de correntes de investimentos estrangeiros, que ajudaram a promover o crescimento econômico, que desacelerou na região, como mostrou o relatório anual sobre investimentos da entidade. A progressão constante dos investimentos entre 2010 e 2013 na América do Sul, na América Central e no Caribe sofreu uma redução brusca ano passado, de 14%, até os US$ 159 bilhões. O secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi, destacou em entrevista coletiva em Genebra que há várias razões que explicam esse comportamento dos investimentos estrangeiros, como a diminuição de 72% nas fusões e aquisições além das fronteiras na América Central e no Caribe. Os investimentos representaram entradas de US$ 39 bilhões em 2014, queda de 36%, uma "volta aos valores normais" de investimento após os níveis inusitadamente altos registrados um ano antes. Outra razão essencial para esta diminuição dos investimentos foi a queda nos preços das matérias-primas, o que reduziu a atração das atividades extrativistas na América do Sul. No conjunto de países sul-americanos, os investimentos diminuíram 4% pelo segundo ano consecutivo e totalizaram US$ 121 bilhões em 2014. Todos os grandes receptores de investimentos estrangeiros diretos, com a exceção do Chile, registraram crescimento negativo. No Brasil, a redução do fluxo foi leve, mas ocorreu pelo terceiro ano consecutivo. Apesar de tudo, foi o primeiro destino de investimentos na região, com entradas de US$ 62 bilhões ano passado (-2% em relação a 2013). Essa aparente estabilidade, no entanto, oculta diferenças importantes, pois os investimentos no setor primário caíram 58%, o que foi compensado pelo crescimento na manufatura (5%) e nos serviços (18%). O Chile foi o maior investidor direto na região, com aumento de 71% em seus investimentos, que somaram US$ 13 bilhões. Com isso o país recuperou sua posição de segundo maior destino de investimentos na América Latina, pelo crescimento de 38% ano passado neste país, até US$ 23 bilhões. O México foi o terceiro maior receptor de investimentos estrangeiros diretos, apesar de as entradas terem se reduzido quase à metade (US$ 23 bilhões), queda principalmente nas vendas além das fronteiras. Em relação ao corte de investimentos na indústria extrativa, os principais afetados foram Argentina (-42%), Peru (-18%) e Venezuela (-88%). Apesar de uma queda de 21% no caso da Colômbia, este país mostrou estabilidade graças ao aumento de investimentos em indústria, finanças, transportes e comunicações.EFE is/cd

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