Na máxima da sessão, dólar subiu mais de 2% e alcançou R$ 2,5072 logo após a abertura
Bruno Marfinati/Estadão ConteúdoO dólar fechou em alta nesta quinta-feira (16) pelo terceiro pregão consecutivo, mas longe das máximas da sessão, quando encostou em R$ 2,51, impulsionado pela decepção com o resultado das pesquisas do Datafolha e do Ibope e pelo mau humor nos mercados internacionais.
Logo após a abertura, a divisa chegou a subir mais de 2%, mas o avanço foi perdendo força em um movimento de ajuste, desencadeado por uma rodada de dados positivos sobre os Estados Unidos e por declarações do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard.
O dólar avançou 0,28%, a R$ 2,4645 na venda. Na máxima da sessão, a divisa subiu mais de 2% e alcançou R$ 2,5072 logo após a abertura, maior nível intradia desde 3 de outubro, último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 2,9 bilhões). Nas últimas três sessões, a moeda dos EUA acumulou alta de 3%.
Segundo o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca, o mercado estava fazendo apostas grandes demais numa vitória do Aécio.
— As pesquisas mostram que não vai ser tão fácil assim.
Tanto na pesquisa do Datafolha quanto na do Ibope, divulgadas na noite passada, Aécio tem 51% dos votos válidos, contra 49 por cento da presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo resultado dos levantamentos da última semana. Também azedava o humor do mercado o fato de a rejeição sobre o tucano --preferido dos mercados financeiros por prometer uma política econômica mais ortodoxa—ter subido.
O movimento de alta da moeda norte-americana também foi sustentado pelas declarações do ex-presidente do BC Armínio Fraga — já anunciado como ministro da Fazenda caso Aécio vença as eleições— à Reuters na véspera, de que num eventual governo tucano o atual programa de intervenções de câmbio seria encerrado imediatamente.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,2 mil contratos para 1º de junho e 800 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,6 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 53% do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.
Exterior
A pressão sobre o dólar nesta sessão também vinha das persistentes preocupações com o crescimento global, que sustentavam a alta da divisa norte-americana em relação a várias moedas importantes, como o euro e o peso chileno.
Mas o constante mau humor no cenário externo ganhou algum refresco diante de uma nova rodada de números positivos sobre a economia norte-americana e após o presidente do Fed de St. Louis, Bullard, afirmar que o banco central norte-americano pode considerar manter suas compras de títulos para estimular a economia.
De acordo com o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel, o mercado externo melhorou um pouco ao longo do dia, o que arrefeceu um pouco os ânimos aqui.
— Mas eu apostaria que é mais um alívio temporário do que uma mudança de cenário.
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