O ICST (Índice de Confiança da Construção) avançou 0,8% entre março e abril, alcançando 76,8 pontos, de acordo com dados da FGV (Fundação Getuilo Vargas) divulgados nesta segunda-feira (27).
O resultado sucede quatro quedas consecutivas. Somente nos três primeiros meses de 2015, o índice havia recuado 20,1%. A série em médias móveis trimestrais mantém a tendência negativa e a variação interanual, sem ajuste sazonal, em relação a abril de 2014 é de -29,2%.
A coordenadora de projetos da construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, explicou que os indicadores correntes da atividade seguiram em declínio nos primeiros meses do ano.
— As demissões continuam elevadas em todos os segmentos da construção, com o estoque de trabalhadores em março retrocendo ao patamar de junho de 2011. Assim, apesar da pequena melhora no mês, nota-se que o empresário da construção segue ainda bastante pessimista.
A melhora do ICST em abril ocorreu predominantemente nos segmentos ligados às obras de infraestrutura: em Obras de Infraestrutura para Energia Elétrica e Telecomunicações, o indicador variou 7,5% em relação a março; em Obras Viárias, 6,1% e em Obras Especiais, 3,3%.
As sinalizações, dadas pelo governo Federal, de uma possível retomada do programa de concessões a partir de maio podem ter influenciado na melhora relativa das expectativas para os negócios.
O Índice de Expectativas subiu 3,7%, em abril, após recuar 7,1% em março, com contribuição expressiva dos segmentos relacionados à área de infraestrutura. O indicador que mede o grau de otimismo dos empresários em relação à situação dos negócios nos seis meses seguinte variou 5,4%, contra -8,9%, em março, atingindo 95,1 pontos.
O Índice da Situação Atual, por sua vez, manteve-se em queda, embora a taxas menos expressivas: depois uma queda de 9,9% em março, o índice cedeu 2,9%.
A queda da confiança na situação atual em abril foi influenciada especialmente pelo indicador que mede o grau de satisfação com situação atual dos negócios, que declinou 5,7% em relação ao mês anterior, atingindo 64,5 pontos.
Um aspecto que vem ganhando importância na pesquisa nos últimos meses são as dificuldades relacionadas ao crédito.
Em abril, 34,1% das empresas indicaram dificuldade de acesso, enquanto apenas 7,2% não registraram dificuldades, levando o indicador a atingir o pior resultado da série. Há um ano, esses percentuais eram de 20,6% e 12,1%, respectivamente.