Depois de uma manhã tumultuada, os aeroportos brasileiros voltaram à normalidade no fim da tarde desta quarta-feira (3). Centenas de voos atrasaram ou foram cancelados devido a uma paralisação de trabalhadores da aviação em 12 grandes terminais.
Logo cedo, diversos voos não decolaram dos aeroportos Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro; Congonhas, Guarulhos e Viracopos, em São Paulo; Curitiba; Porto Alegre; Florianópolis; Salvador; Fortaleza; Recife; e Brasília.
Os aeroportos administrados pela Infraero registravam 1% dos voos atrasados às 18h. Congonhas, na capital paulista, tinha quatro partidas atrasadas. Pela manhã, esse foi um dos terminais mais complicados.
O aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, o mais movimentado do País, registrava três atrasos. Ao longo do dia, foram 84 partidas fora do horário, segundo a concessionária GRU Airport.
Dos 1.576 voos em aeroportos da Infraero — entre 0h e 18h —, 450 (28,6%) atrasaram e 239 (15,2%) foram cancelados.
As companhias, representadas pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), afirmam que os sindicatos descumpriram uma determinação do TST (Tribunal Superior do Trabalho), de manter ao menos 80% do efetivo na operação aérea.
Com base em dados do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea), as empresas justificam que entre 6h e 8h, 22% dos 399 voos programados foram cancelados e outros 48% sofreram atrasos. A previsão é de que ao menos 45 mil passageiros tenham sido afetados.
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Por outro lado, o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) diz que, em levantamento próprio, constatou que “204 voos foram impactados pela paralisação, em um universo de 3.068 voos previsto para o dia. Isso representa 6,65 % do total de voos programados”.
Avianca, Gol e TAM dispensaram clientes com viagem marcada para esta quarta-feira de pagarem multa de remarcação. As duas últimas também ofereceram a possibilidade de reembolso integral dos bilhetes.
“Com um histórico de oferta de ganhos reais aos trabalhadores em todos os últimos 10 anos de negociação, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias segue aberto ao diálogo. No atual processo, as companhias fizeram, desde outubro, seis propostas aos trabalhadores”, diz a entidade.
Patrões e trabalhadores vão retomar os diálogos sem que haja uma nova paralisação, pelo menos durante o Carnaval. Porém, se não houver acordo, a categoria promete cruzar os braços novamente no próximo dia 12.
Aeronautas (pilotos e comissários) e aeroviários (funcionários de solo) recusaram a proposta das companhias aéreas de parcelar o reajuste de 11%, referente à correção salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014.