Em dezembro, o superávit da balança comercial foi de US$ 5,599 bilhões
Eduardo Knapp/FolhapressA balança comercial brasileira fechou 2019 com superávit de US$ 46,674 bilhões, recuo de 20,5% pela média diária sobre 2018, num ano marcado por arrefecimento no comércio global pelas tensões entre Estados Unidos e China, crise na Argentina e menor crescimento doméstico que o inicialmente projetado.
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A última previsão feita pelo Ministério da Economia para a balança era de que ela ficaria positiva em US$ 41,8 bilhões em 2019.
Mesmo acima deste patamar, o resultado efetivamente alcançado representou o pior para o país desde 2015, quando houve superávit de US$ 19,5 bilhões.
Em dezembro, o superávit foi de US$ 5,599 bilhões, informou o Ministério da Economia nesta quinta-feira (2), acima do saldo positivo de US$ 4,352 bilhões esperado por analistas em pesquisa Reuters.
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No último mês do ano, as exportações alcançaram US$ 18,155 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 12,555 bilhões.
No fim de 2019, o governo corrigiu para cima o registro das exportações de setembro a novembro, atribuindo a uma falha humana uma subnotificação de US$ 6,488 bilhões que ajudou a piorar o resultado da balança comercial brasileira divulgado originalmente.
Mesmo assim, as exportações no ano tiveram uma queda de 7,5% pela média diária sobre 2018, a US$ 224,018 bilhões.
Já as importações caíram 3,3% na base de comparação, a US$ 177,344 bilhões.
O governo do presidente Jair Bolsonaro começou 2019 prevendo que as importações subiriam no ano, na esteira de uma retomada econômica com mais vigor, ao passo que as exportações também avançariam, mas em menor ritmo.
Ao longo do ano, contudo, houve frustração no comportamento exibido pela atividade econômica. O PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 0,9% nas contas oficiais do governo, o que representará uma expansão na casa de 1% pelo terceiro ano consecutivo. O mercado vê alta de 1,17% do PIB em 2019, conforme boletim Focus mais recente.
Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras foram afetadas por um cenário global marcado por tensões comerciais protagonizadas por EUA e China e pela crise vivida pela Argentina.
Além disso, houve queda significativa na compra de soja pelos chineses, movimento que teve como pano de fundo a peste suína africana que varreu os rebanhos de porcos na China, diminuindo a demanda pelos grãos, que são chave na alimentação animal.
Na ponta das importações em 2019, só houve aumento – e de pequena magnitude – nas compras de bens intermediários, com alta de 0,4% sobre 2018. Em contrapartida, caíram as importações de bens de capital (-12,8%), bens de consumo (-4,5%) e combustíveis e lubrificantes (-7,3%).
Já no detalhamento das exportações, houve diminuição generalizada, puxada pela categoria de manufaturados, com queda de 11,1% em 2019. A retração ocorreu principalmente em plataforma para extração de petróleo, veículos de carga e automóveis de passageiros, informou o ministério.
Enquanto isso, as vendas de semimanufaturados recuaram 8% no ano e a de básicos, 2%. No último grupo, o destaque foi para a exportação de soja em grãos, que sofreu retração de 21,3% em 2019.
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