A companhia de produtos químicos e de saúde Bayer informou nesta quarta-feira que adquiriu a companhia de sementes norte-americana Monsanto por US$ 66 bilhões (na cotação de hoje, R$ 219 bilhões), criando um novo líder global na agricultura.
Segundo a empresa, o negócio irá promover criação de valor significativa com sinergias anuais esperadas de aproximadamente US$ 1,5 bilhão após três anos, além de sinergias adicionais de soluções integradas em anos futuros.
O negócio de US$ 128 por ação, acima da oferta anterior da Bayer, de US$ 127,50 por ação, é o maior do ano até agora e a maior oferta em dinheiro já registrada.
O acordo criará uma empresa que dominará mais de um quarto do mercado mundial combinado para sementes e pesticidas em uma rápida consolidação da indústria de insumos agrícolas.
No entanto, os órgãos antitruste poderão examinar o negócio minuciosamente, e alguns dos próprios acionistas da Bayer têm sido altamente críticos sobre a aquisição, apontando riscos sobre o alto pagamento e uma possível negligência sobre o negócio farmacêutico da empresa.
A transação inclui o pagamento de uma multa de US$ 2 bilhões a ser paga pela Bayer à Monsanto caso não haja autorizações regulatórias. A Bayer espera que o acordo seja concluído até o fim de 2017.
Os detalhes confirmaram o que uma fonte próxima ao assunto disse à Reuters anteriormente.
A consultoria Bernstein Research afirmou nesta terça-feira (13) que vê apenas uma chance de 50% do negócio conseguir autorizações regulatórias, embora tenham citado uma pesquisa com investidores que apontou a probabilidade de 70%, em média.
"Acreditamos que há políticas contrárias à realização desse negócio que vão desde a insatisfação de fazendeiros com todos os seus fornecedores consolidando em face de baixos rendimentos líquidos agrícolas à insatisfação com a Monsanto deixando os Estados Unidos, que poderia fornecer atrasos e complicações significativas", disseram em uma nota.