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BC corta juros pela 10ª vez seguida e taxa é a menor da história

Decisão unânime do Copom reduziu a Selic ao patamar de 7% ao ano

Economia|Alexandre Garcia, do R7

BC cortou a Selic em 0,5 ponto percentual
BC cortou a Selic em 0,5 ponto percentual BC cortou a Selic em 0,5 ponto percentual

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) optou nesta quarta-feira (6) pela décima redução consecutiva da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. O corte, de 0,5 ponto percentual, levou a taxa a 7% ao ano, menor patamar desde junho de 1996, mês que marca o início da série histórica do Copom.

A nova taxa permanece em vigor até a segunda semana de fevereiro, quando o grupo formado por diretores do BC volta a se reunir. Em nota, o Copom diz que vai avaliar com "cautela" uma nova baixa da Selic.

Com o corte desta quarta-feira (6), a Selic acumula uma baixa de 7,75 ponto percentual no período de pouco mais de um ano. Quando a sequência de reduções teve início, em setembro de 2016, a taxa de juros figurava no patamar de 14,25% ao ano.

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A sequência de dez baixas seguidas dos juros não era vista na economia nacional desde outubro de 2012, quando a taxa chegou ao patamar de 7,25% ao ano após o processo também de 10 cortes seguidos. Na ocasião, os cortes se iniciaram em agosto de 2011, quando a taxa figurava em 12,5% ao ano.

O veredito do Copom foi tomado mais uma vez por unanimidade. Além do presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, votaram a favor do corte Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

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No comunicado que justifica o corte de 0,5 ponto percentual, o Copom afirma que os "indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira".

O Comitê ainda destaca que o processo de reformas e ajustes na economia brasileira "contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural". De acordo com o órgão, a convergência da inflação para a meta "é compatível com o processo de flexibilização monetária".

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Para os próximos meses, o BC avalia que o cenário requer "cautela na condução da política monetária" e em possíveis novos cortes dos juros básicos. "O processo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", afirma a nota.

A decisão atende às expectativas do mercado financeiro, que apostavam justamente no corte de 0,5 ponto percentual. O grupo de economistas ouvidos semanalmente pelo BC aposta agora que os juros básicos da economia fechem 2018 nos mesmos 7% ao ano.

Agora, o BC divulga na terça-feira da semana que vem (12) as explicações detalhadas das motivações que resultaram no corte de 0,5 ponto percentual dos juros.

Juros básicos

A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%. Isso acontece porque os juros mais altos fazem o crédito ficar mais caro, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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