A última edição da revista inglesa de economia The Economist traz novamente o Brasil na capa. Dessa vez, uma passista de escola de samba aparece em um pântano, em meio a um lodo, com a manchete "Brasil no atoleiro".
A matéria questiona a postura da presidente Dilma Rousseff durante a campanha, alegando que "a presidente traçou um cenário rosa da sétima maior economia do mundo. Alegando que o pleno emprego, grandes lucros e ganhos sociais estavam ameaçados pelo nefasto neoliberalismo. E depois de dois meses, os brasileiros estão percebendo que lhes venderam falsas promessas".
A revista ainda diz que o Brasil está uma "bagunça" e que a estagnação econômica sentida em 2013 está se tornando um problema cada vez maior e que a alta da inflação está prejudicando os lucros.
A publicação ainda destaca o escândalo da Petrobras, envolvendo várias das maiores empresas do País, afirmando que isso ajudou a agravar cada vez mais o cenário econômico atual.
"A situação já seria dificil com um líder político forte. No entanto, a presidente do Brasil é fraca. Ganhou a eleição por uma margem mínima e sua base no Congresso já está ruindo".
A matéria ainda diz que Dilma perdeu a base de apoio dentro do seu próprio partido, devido à politica econômica do ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Apesar das críticas, a revista, conhecida por seu cunho liberal-conservador, exalta o chefe da economia brasileira, exaltado como um dos "raros economistas liberais do Brasil".
A The Economist ainda afirma que Dilma tem que se apoiar em Levy para fazer a ponte entre o governo e Congresso e que é necessário "rever as arcaicas leis trabalhistas para recuperar a produtividade, cortando impostos e eliminando parte da burocracia".
No fim da matéria, a revista inglesa compara o Brasil com a Rússia, outro país dos BRICS que também está passando por graves dificuldades em 2015, e diz que pelo menos o Brasil conta com instituições democráticas consolidadas, mas que isso tudo pode ruir antes que todos se deem conta. Por fim, a publicação diz que "a hora de agir é agora".