O governo brasileiro está incentivando empresas brasileiras a participarem na privatização da TAP-Air Portugal, já que a companhia aérea portuguesa tem contribuiu para o turismo entre os dois países, disse o vice-presidente do Brasil, Michel Temer.
Portugal quer privatizar a TAP ainda neste semestre, e os interessados têm até dia 15 de maio para apresentar propostas vinculantes.Temer teve uma reunião em Lisboa com o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas.
— No caso do Brasil nós temos, naturalmente, incentivado as empresas brasileiras a participarem nesta privatização.
Temer disse que tem falado do assunto com empresas que têm forte presença no Brasil, e citou Gol, a Azul, a Avianca e a TAM, do grupo Latam.
— Esta é uma questão privada, mas o objetivo é este: se as empresas brasileiras puderem participar na TAP, sentir-se-ão em casa. Já há uma integração extraordinária entre a aviação portuguesa e o turismo, porque isto naturalmente incrementa o turismo de parte a parte, do Brasil e de Portugal.
Esta é a segunda tentativa de privatização da TAP. Em 2012, o governo português recusou a única proposta de compra, feita pela Synergy do magnata sul-americano German Efromovich que controla a Avianca, tendo depois disso outros operadores mostrado interesse.
Companhias aéreas brasileiras terão avião que custa mais de R$ 600 milhões
Em novembro de 2014, o governo português decidiu relançar o processo de privatização, visando a venda de 66 por cento da TAP, sendo 5 por cento reservados aos trabalhadores. Os 34 por cento restantes devem permanecer em poder do Estado. O vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, falou sobre a importância da empresa para o mercado.
— A única coisa que eu posso dizer é que a TAP é uma grande marca. É uma das maiores companhias aéreas europeias a voar para a America Latina, tem cerca de 80 voos semanais para diferentes cidades brasileiras.
A TAP teve um prejuízo de 46 milhões de euros (cerca de R$ 147 milhões) em 2014, face ao lucro de 34 milhões de euros (cerca de R$ 108 milhões) em 2013, penalizada por problemas operacionais, incluindo 22 dias de greve e atrasos na entrada em operação de aviões.