O investimento em inovação por parte das indústrias de gás, eletricidade e serviços diminuiu no triênio 2015-2017. Entre os fatores apontados pela Pesquisa em Inovação (Pintec), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os riscos econômicos do período foram o fator decisivo na hora de cortar os custos.
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De acordo com a investigação do IBGE, a retração econômica do período 2015-2017 afetou diretamente as iniciativas de inovação, que apresentou uma queda nos resultados, nos investimentos em atividades inovativas e registrou também uma diminuição nos incentivos do governo para estas iniciativas.
Entre 2015 e 2017, 33,6% das 116.962 empresas brasileiras com dez ou mais trabalhadores fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos. Essa taxa de inovação ficou 2,4 pontos percentuais abaixo da apresentada no triênio anterior (de 2012-2014), quando atingiu 36,0%. Mesmo assim, quase 40 mil empresas inovaram entre 2015 e 2017.
Segundo a pesquisa, a indústria foi a mais afetada com a redução, com o percentual de empresas inovadoras caindo de 36,4% em 2014 para 33,9% em 2017, o menor patamar das três últimas edições. Para 82% das empresas inovadoras, riscos econômicos foram o principal obstáculo à inovação.
O investimento nas atividades inovativas chegou a R$ 67,3 bilhões em 2017, representando 1,95% da receita líquida das empresas, com uma queda de 17,42% em relação aos R$ 81,5 bilhões investidos em 2014, equivalentes a 2,5% da receita líquida.
A pesquisa apontou que os investimentos nas atividades internas de inovação e desenvolvimento (P&D) assumem a liderança. Do total de gastos, R$ 25,6 bilhões foram para atividades internas de P&D, atingindo 0,74% da receita de vendas.
Outros R$ 21,2 bilhões foram aplicados na aquisição de máquinas e equipamentos, 0,62% da receita de vendas, e R$ 7,0 bilhões na aquisição externa de P&D, 0,20% da receita de vendas.
Baixo incentivo
O percentual de empresas beneficiadas com algum incentivo do governo recuou de 39,9%, em 2014, para 26,2%, em 2017, conforme dados apresentados pela pesquisa.
De acordo com a Pintec, um exemplo foi a queda no financiamento para a compra de máquinas e equipamentos, principal mecanismo de incentivo à inovação. Esta foi a modalidade que mais perdeu relevância, caindo de 29,9% empresas beneficiadas para 12,9% no mesmo período.
A solução foi então a inovação só nos produtos. A proporção de empresas que inovaram apenas em processo diminuiu de 17,5% em 2014 para 14,8%. As que inovaram conjuntamente em produto e processo também reduziu, de 14,6% para 13,7%. Por outro lado, cresceu a proporção de empresas que inovaram apenas em produto: de 3,9% em 2014 para 5,1% em 2017.
Inovação no país
A Pintec é uma pesquisa realizada a cada três anos, nos setores da indústria, serviços, eletricidade e gás. Ela faz um levantamento de informações para a construção de indicadores nacionais sobre as atividades de inovação empreendidas pelas empresas brasileiras.
Na categoria serviços está a edição e gravação e edição de música; telecomunicações; atividades dos serviços de tecnologia da informação; tratamento de dados, hospedagem na Internet e outras atividades relacionadas; serviços de arquitetura e engenharia, testes e análises técnicas; e pesquisa e desenvolvimento.
O levantamento do IBGE investigou a taxa ou incidência de inovação; a intensidade dos investimentos em inovação; a composição desses valores entre as categorias de atividade inovativa; o apoio do governo; e os problemas e obstáculos à inovação.