São Paulo (SP) cortou quase 70 mil vagas de emprego formal no 1º semestre. Boa Vista (RR) é a única capital que gerou empregos
Rodolfo Buhrer/1º.06.2016/La Imagem/Fotoarena/FolhapressAs 91 contratações com carteira assinada realizadas nos primeiros seis meses deste ano em Boa Vista (RR) foram insuficientes para conter os 307.219 postos de trabalho perdidos nas outras 26 capitais brasileiras.
Os cortes realizados nas capitais ao longo do primeiro semestre correspondem a 57,7% da totalidade de 531.765 postos de trabalhos fechados no período em todo o País. Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho).
De acordo com o levantamento, três das quatro capitais do Sudeste encabeçam a relação, com 28% do total de cortes nos primeiros meses deste ano. São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Balo Horizonte (MG) foram responsáveis pela perda de, respectivamente, 68.960, 55.419 e 25.040 postos de trabalho. A outra capital da região, Vitória (ES) eliminou 4.489 vagas formais no período.
Grande SP tem quase 2 milhões sem trabalho
Também reduziram expressivamente a quantidade de vagas formais os municípios de Salvador (BA), Recife (PE), Manaus (AM), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE). Essas capitais cortaram, respectivamente, 17.434, 15.470, 14.611, 12.815, 11.194 e 10.201 cargos no primeiro semestre.
Palmas (TO), Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Campo Grande (MS) foram as capitais que apresentaram os fechamentos menos significativos nos primeiros seis meses deste no, com 343, 1.453, 1.507 e 1.735 postos excluídos, respectivamente.
Com 574 cortes e 665 contratações, o município de Boa Vista foi a única capital a concluir o período com a criação de vagas com carteira assinada. O resultado foi possível pelos 579 (87% das contratações) postos abertos no setor de Serviços.
De acordo com o último censo demográfico, divulgado em 2010, as 27 capitais brasileiras concentram um quarto da população do País, com 45 milhões de habitantes. Na época do levantamento, o Brasil tinha uma população estimada em 185 milhões de pessoas. Hoje, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) projeta que o número de brasileiros já ultrapassa os 206 milhões.
Setores
Entre os ramos de atividades consultados pelo Caged, o Comércio foi o mais afetado nas capitais do País, com 101.418 vagas a menos contabilizadas no primeiro semestre do ano. O setor é seguido pela área de Serviços e Construção Civil e Indústria de Transformação, que reduziram 86.893, 67.333 e 45.630 postos de trabalho, respectivamente.
Apresentaram cortes menos expressivos nas capitais os setores de Serviços Industriais de Utilidade Pública (- 3.325), Administração Pública (- 1.234), Indústria Extrativa Mineral (- 675) e Agropecuária (- 620).
Apesar de contratações registradas por setores pontuais em algumas capitais dos Estados brasileiros, nenhum deles fechou os primeiros seis meses com contratações quando analisada a soma entre todos os municípios que representam suas Unidades da Federação.
Confira quantos posto cada uma das capitais brasileiras perdeu ao longo do primeiro semestre:
São Paulo (SP): -68.960
Rio de Janeiro (RJ): -55.419
Belo Horizonte (MG): -25.040
Salvador (BA): -17.434
Recife (PE): -15.470
Manaus (AM): -14.611
Brasília (DF): -12.815
Curitiba (PR): -11.194
Fortaleza (CE): -10.201
São Luis (MA): -8.858
Porto Alegre (RS): -7.572
Maceió (AL): -6.918
Teresina (PI): -6.606
Florianópolis (SC): -6.580
Natal (RN): -5.521
João Pessoa (PB): -4.914
Porto Velho (RO): -4.862
Vitória (ES): -4.489
Aracaju (SE): -4.386
Belém (PA): -3.884
Goiânia (GO): -3.500
Cuiabá (MT): -2.947
Campo Grande (MS): -1.735
Macapá (AP): -1.507
Rio Branco (AC): -1.453
Palmas (TO): -343
Boa Vista (RR): +90
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